Portugal pode ultrapassar dentro de 15 a 30 dias os 240 casos de infeção a 14 dias por 100 mil habitantes, estimam as “linhas vermelhas” da pandemia de covid-19, que alertam para mais procura dos serviços de saúde.
“O Rt (índice de transmissibilidade) apresenta um valor igual ou superior a 1, indicando uma tendência crescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,15) e em todas as regiões”, adianta a análise de risco da pandemia hoje divulgada.
Segundo o relatório semanal da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a manter-se esta taxa de crescimento a nível nacional, “estima-se que o limiar de 240 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado em 15 a 30 dias”.
“O agravamento da situação epidemiológica na Europa e o aumento da intensidade epidémica em Portugal deve condicionar um aumento do nível de alerta do sistema de saúde para aumentos de procura de cuidados de saúde no próximo mês”, alerta ainda o documento.
De acordo com as autoridades de saúde, a análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade moderada, com tendência crescente a nível nacional.
“A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são reduzidos, mas com uma interrupção da tendência decrescente na mortalidade por covid-19”, avançam as “linhas vermelhas”.
O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu às pessoas do 20 aos 29 anos – com 198 casos por 100 mil habitantes -, mas há uma tendência globalmente crescente na maioria os grupos etários.
O relatório adianta também que o número de doentes com covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) nos hospitais do continente revelou uma tendência estável, correspondendo a 25% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas.
Na quarta-feira, estavam internadas em UCI um total de 64 doentes, sendo o grupo etário dos 60 aos 79 anos o que apresentava o maior número de pessoas nestas unidades de medicina intensiva.
A nível nacional, verifica-se esta semana um aumento da proporção de testes positivos, que está agora nos 3,4% - na semana anterior foi de 2,8% -, mas abaixo do limiar definido de 4%, tendo sido realizados mais de 244 mil testes nos últimos sete dias.
No que respeita à mortalidade por covid-19, o relatório da DGS e do INSA indica que está situada nos oito óbitos por um milhão de habitantes, o que “sugere a interrupção da tendência decrescente que se vinha a observar”.
De acordo com o documento, a mortalidade aumentou 25% em relação à semana anterior (6,4 mortes por um milhão de pessoas), sendo inferior ao limiar de 20 óbitos definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).
A covid-19 provocou pelo menos 5.078.208 mortes em todo o mundo, entre mais de 251,87 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.234 pessoas e foram contabilizados 1.104.189 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Lusa