Portugal poderá começar ainda em abril os primeiros testes à imunidade da população ao novo coronavírus, afirmou hoje o presidente do Instituto Ricardo Jorge, salientando que ainda não é o momento de começar a fazer estes testes em massa.
“Nós prevemos que no final do mês de abril ou na primeira semana de maio se arranque este primeiro inquérito piloto a uma população de cerca de 1.700 pessoas” a quem será feita uma análise serológica, para saber se desenvolveram anticorpos para a covid-19, afirmou Fernando Almeida na conferência de imprensa diária de acompanhamento da pandemia.
O responsável pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) salientou que “é discutível que se possa agora fazer testes em massa para detetar anticorpos” e que os países que já os iniciaram estão em fases diferentes da pandemia relativamente a Portugal.
“Sabemos pelos números que temos e pela curva epidémica que estamos, felizmente, a controlar, que o número de imunizados, de pessoas que desenvolveram esses anticorpos, é relativamente pequeno”, afirmou.
“Mais para a frente, iremos fazer, naturalmente, um grande inquérito à população”, assegurou, mais isso só acontecerá “quando for admissível que a população tenha níveis de imunidade mais elevados”.
Para já, com os testes piloto, irão medir-se “as primeiras proporções de imunização”, avaliando se as pessoas tiveram contacto com o novo coronavírus e se desenvolveram anticorpos e se estão “eventualmente imunizadas”.
Fernando Almeida frisou que ainda não é claro se “a imunidade é duradoura ou não”, indicando que os cientistas que estão a investigar o novo coronavírus “pronunciar-se-ão melhor sobre essa questão”.
A experiência no Instituto Ricardo Jorge, que será feita em parceria com a Direção Geral da Saúde e com académicos, permitirá também perceber melhor como funcionam os testes, a sua eficácia na deteção de anticorpos e “a logística que vai ser necessária” para os alargar a uma população mais vasta, indicou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).
Lusa