A Associação dos Produtores de Queijo do distrito de Castelo Branco (APQDCB) queixou-se hoje de quebras de 50% nas vendas de queijo e fez um balanço "dramático" da situação que o setor está a atravessar.
"O balanço é dramático. As vendas [de queijo] diminuíram mais de 50%. Aquilo que me tem chegado ao conhecimento é que há gente muito próximo de fechar as portas, sobretudo ao nível dos fabricantes", explicou à agência Lusa Carlos Godinho, da APQDCB.
Este responsável sublinhou que a situação que se vive desde o início da pandemia da covid-19 é muito grave e tem um efeito de cascata, ou seja, se não se vende queijo, não se pode comprar leite.
"Os produtores estão muito apreensivos. Não sabem o que devem fazer ao leite e ao queijo. A maior parte não sabe o que vai acontecer. É uma alteração muito grande na vida das pessoas", frisou.
Já quanto a apoios ao setor, Carlos Godinho explicou que, para as queijarias, os bancos concedem linhas de crédito para apoio à tesouraria: "Para a parte da produção, ainda não ouvimos nada. Espero que venham a dar apoios".
Para já, este responsável adiantou que a única solução passa por pedir que haja uma diminuição na produção, "para ver se se consegue aguentar".
A Associação dos Produtores de Queijo do Distrito de Castelo Branco é responsável pelos queijos de Denominação de Origem Protegida (DOP), queijo de Castelo Branco, Amarelo da Beira Baixa e Picante da Beira Baixa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 290 mil são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).
Dos infetados, 1.180 estão internados, 271 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 184 doentes que já recuperaram.
Lusa