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A unidade de Abrantes do Centro Hospitalar do Médio Tejo tem uma enfermaria específica para receber idosos infetados com COVID-19 provenientes de Lares ou Casas de Acolhimento e que não tenham possibilidade de fazer a recuperação da doença nas instituições, ou em casa de familiares. É uma unidade que vai receber utentes sinalizados pelos serviços de Segurança Social.
A unidade está pronta. Tem 26 camas e está dotada de todas as condições técnicas e de segurança para os auxiliares, enfermeiros e pessoal médico que ali venham a trabalhar. E as equipas estão criadas. De acordo com a enfermeira Margarida Carmo, que abriu as portas deste serviço para uma visita, as três equipas [auxiliares, enfermagem e médica] estão constituídas, mas como este serviço não entrou em funcionamento, estão alocadas a outros serviços COVID-19.
Enfermeira Margarida Carmo explica para que serve esta enfermaria
Trata-se de uma ala de um dos pisos que foi preparada para este fim. Retiraram todo o mobiliário desnecessário para que os quartos possam ser “quartos clean”, ou seja, com a menor área de superfícies possível onde “o vírus possa pousar”. Têm por isso pouco mais mobiliário do que as camas e uma ou outra cadeira para repouso.
Margarida Carmo explicou que como é uma ala destinada a idosos que têm alta hospitalar, mas sem condições em casa ou na instituição, foi criado um ambiente semelhante ao dos lares de idosos em que há mais pessoal de apoio do que pessoal médico.
Depois não foi esquecida a área para os profissionais, nomeadamente as zonas em que quem trabalha naquele serviço tem de se equipar e depois desequipar. E é o processo de tirar os Equipamentos de Proteção Individual que requer os maiores cuidados e atenção, pois quando alguém sai de uma zona COVID não pode ir contaminar outros espaços exteriores aquela enfermaria. Por isso está bem vincada no chão a linha vermelha que defini os corredores de circulação para evitar os contatos físicos. Há também, segundo a enfermeira Margarida Carmo, uma atenção especial aos limpos e sujos, pois está em causa um vírus muito contagioso por isso, todos os cuidados são poucos.
Enfermeira Margarida Carmo explica os locais para os profissionais da saúde
A enfermaria está pronta a receber utentes. Os armários têm os Equipamentos de Proteção para o pessoal, os carrinhos prontos a sair para os corredores e quartos têm também tudo o que é necessário para o trabalho de apoio aos internados.
Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) revelou que este é um vírus novo e sobre o qual não há, ainda, muitas respostas nem modelos de trabalho. Frisou que vão sendo trilhados caminhos, procuradas soluções para os problemas que vão surgindo e, por outro lado, tentam antecipar complicações que possam vir a desenvolver-se. E esta enfermaria é um exemplo de antecipação. Da análise que foi feita “identificámos uma deficiência nesta área de onde colocar idosos que tenham alta hospitalar, mas que não tenham condições em casa de familiares ou nas próprias instituições para poderem fazer o seu processo de recuperação da doença por isso foram desenvolvidos os esforços em articulação com a Segurança Social para garantir este serviço. Ou seja, visa colmatar as dificuldades que algumas instituições residenciais e lares de idosos têm em isolar casos positivos por SARS-Cov2".
Carlos Andrade Costa, Presidente do Conselho de Administração do CHMT
Para já ainda está parado e Carlos Andrade Costa vincou bem o bom que era que assim continuasse. Mas se for preciso ativá-lo isso acontecerá em duas horas. “Se for preciso antes dos doentes cá chegarem o serviço estará pronto para os receber”, indicou o responsável pelo CHMT.
Carlos Andrade Costa, Presidente do Conselho de Administração do CHMT
Na mesma linha o presidente da Câmara de Abrantes Manuel Jorge Valamatos deixou claro que é fundamental que se antecipem problemas e referiu que a autarquia também não tem estado parada. Tem cem camas de retaguarda no Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME) e em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) adquiriu uma quantidade considerável de máscaras comunitárias para distribuir pela população.
Também ao nível dos testes aos lares de idosos e forças de socorro Manuel Jorge Valamatos deixou a indicação que a Santa Casa da Misericórdia de Abrantes teve todos os funcionários testados e que os resultados foram negativos. Os testes estão a ser feitos em todo o Médio Tejo, neste momento noutros conselhos, mas brevemente deixou a nota que vão voltar a ser feitos em Abrantes noutras Instituições Particulares de Solidariedade Social.
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes
A boa notícia é que, para já, a enfermaria está vazia, ou seja, sem idosos a recuperar, mas com o dispositivo preparado para ser acionado em duas horas.
