Mação e Tomar foram os concelhos que hoje viram subir a sua lista de pessoas infetadas com a doença provocada pelo novo coronavírus. Mação regista o seu segundo infetado, enquanto em Tomar o número subiu para 16. Na área do ACES Médio Tejo existem 132 registos de pessoas infetadas com o coronavírus.
Também ao nível das vigilâncias ativas o número subiu das 528 para as 531 com os registos a acontecerem em Abrantes (91 pessoas em vigilância), Entroncamento (61 pessoas em vigilância) e Torres Novas (129 pessoas em vigilância).
No que diz respeito às boas notícias, da vigilância ativa tiveram alta 30 pessoas, são agora altas da 483 vigilância, e da doença registaram-se mais cinco altas. No total o Médio Tejo conta com 34 pessoas que fizeram a cura total da COVID-19 e puderam voltar à sua vida.
A coordenadora da Unidade de Saúde Pública do Médio Tejo, Maria dos Anjos Esperança, continua a apelar para que as pessoas tenham cuidado, cumpram as normas de etiqueta respiratória, de distanciamento social e todas as outras inerentes ao Estado de Emergência em que o país vive neste momento.
O Médio Tejo regista dois óbitos, um de Tomar e outro de Alcanena.
Consulte aqui os casos por concelho:
O ACES Médio Tejo aglutina os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.
Vila de Rei e Sertã são dois concelhos que pertencem à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, mas que na área da Saúde dependem de Castelo Branco, nomeadamente do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Sul, que monitoriza estas situações.
Covid-19: Portugal registou mais 1.255 óbitos do que o expectável um mês após a primeira morte devido ao coronavírus
Portugal registou, entre 16 de março e 14 de abril, um “excesso de mortalidade” que atingiu de “forma desproporcionada” pessoas com mais de 75 anos, tendo-se registado 1.255 óbitos acima do expectável, segundo o Barómetro Covid-19.
Um mês após a primeira morte por covid-19 registada em Portugal, em 16 de março, 14 dias depois da confirmação do primeiro caso, registaram-se 599 mortes atribuídas à doença provocada pelo novo coronavírus, equivalente a 3,3% dos 18.051 casos confirmados à data e correspondendo a uma incidência cumulativa de cerca de 176 casos por 100.000 habitantes e uma letalidade de 3,3%.
O estudo da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) analisou o excesso de mortalidade em Portugal entre 16 de março e 14 de abril com base nos registos de mortalidade diária dos últimos 10 anos, comparando a mortalidade observada com a esperada, usando intervalos de confiança de dois desvios padrão.
“Os meses de março e abril são, normalmente, meses com mortalidade mais baixa do que os meses anteriores, mas em 2020 nota-se uma inversão dessa norma a partir de 11 de março, passando a registar-se um excesso de óbitos acima da média dos 10 anos anteriores”, refere o estudo.
Neste período, “registaram-se mais 1.255 óbitos do que seria de esperar com base na mortalidade média diária dos últimos 10 anos, ultrapassando mesmo o limiar da média mais dois desvios padrão [DP], a partir de 24 de março de 2020”.
O excesso de mortalidade afetou de “forma desproporcionada” os maiores de 75 anos, com mais 1.030 óbitos do que o expectável, sendo que nas pessoas com idades entre os 65 e os 74 anos foram apenas mais 67.
“O número de óbitos de pessoas com mais de 75 anos ultrapassou em 11 dias o limite da média dos últimos seis anos mais 2DP”, observa a análise, apontando a alteração do padrão de acompanhamento e da resposta a esta população, mais vulnerável e com doença crónica, como causa possível para este excesso de mortalidade não relacionada com a Covid-19.
Os investigadores sublinham que, mesmo subtraindo ao número de óbitos por causa natural os causados por covid-19, continua a observar-se “um excesso de mortalidade acima do limiar da média de óbitos dos seis últimos anos mais dois 2DP”.
Relativamente aos óbitos que se estimaram para uma situação em que não houvesse epidemia, registou-se um excesso de 1.214 óbitos, refere o estudo, indicando que 599 destes óbitos foram registados como covid-19 e os outros 615 (51%) por outras doenças.
Observou-se ainda um número de mortes por causas externas (que inclui acidentes de viação) inferior ao que seria de esperar com base nas médias dos últimos 10 anos.