O presidente da República anunciou esta terça-feira, 28 de abril, que o estado de emergência em Portugal vai terminar à meia-noite do dia 2 de maio, deixando de lado a hipótese de uma terceira renovação e admitindo que o país vai entrar numa fase de abertura por pequenos passos.
Também esta quinta-feira, 30 de abril, o primeiro-ministro, António Costa, anuncia o plano do Governo para o levantamento gradual das restrições à atividade social e económica até 1 de junho, com as primeiras medidas a entrarem em vigor já na próxima segunda-feira.
No entanto, esta abertura gradual das atividades “não é o fim do surto”, como alertou Marcelo Rebelo de Sousa.
É preciso manter a situação controlada para evitar uma nova vaga da Covid-19, numa altura em que o número de novos casos de infeção têm vindo a decrescer diariamente no país.
Mas a verdade é que, um pouco por todo o lado, vão surgindo sinais de descompressão por parte da população, com o vislumbre de pequenos aglomerados no espaço público e de falta de adoção de cuidados – nomeadamente de higiene - que todos por esta altura já aprendemos.
Nesse sentido, a Antena Livre questionou o presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil de Santarém, Miguel Borges, sobre a não renovação do estado de emergência. O responsável reforçou a necessidade de manter os procedimentos de prevenção à pandemia.
“O resultado da não renovação do Estado de Emergência só depende das pessoas, depende de cada um de nós”, reitera.
Miguel Borges destacou a importância de as pessoas manterem “o investimento que fizeram durante estes últimos tempos, aquilo que aprenderam e os procedimentos que tiveram em termos de hábitos de higiene, distanciamento social, de forma a não estragar tudo aquilo que foi feito até agora”.
Miguel Borges, presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil de Santarém, em declarações à Antena Livre
Questionado sobre a tendência que pode surgir de descompressão nas medidas de cuidado adotadas pelas pessoas, tendo em conta esta reabertura gradual das atividades e da sociedade, o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém, assumiu ser importante “sensibilizar estas pessoas” mas lembrou que aquilo que se pretende é que “haja também um aliviar das medidas para que a economia possa também ter alguma retoma, porque há um grande prejuízo para a economia”.
“O racional que existe é: as pessoas sabem que este problema existe e que continua, as pessoas sabem que têm que continuar a ter hábitos que foram postos em prática nestes últimos dois meses e sabem que se querem ter alguma liberdade de ação têm que manter essas regras para que possa haver essa dinâmica económica, que é importante para todos nós”, concluiu.
Ana Rita Cristóvão