António Lacerda Sales, Secretário de Estado da Saúde, deslocou-se esta manhã ao Hospital de Torres Novas para assinalar a oferta de dois aparelhos de Raios X portáteis ao Centro Hospitalar do Médio Tejo. Tratou-se de uma oferta da empresa RENOVA, sediada em Torres Novas, destinada às unidades de tratamento de doentes COVID no Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT).
Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração do CHMT, explicou que estes dois aparelhos serão colocados na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) e na enfermaria de doentes COVID. “Temos de ter equipamentos de qualidade (…) e afetos exclusivamente a uma das áreas assistenciais. A COVID é uma doença infecciosa e não faz sentido andar com eles a circular entre serviços”, explicou o administrador hospitalar.
Carlos Andrade Costa mostrou uma grande preocupação com a chegada do inverno que é sempre um fator crítico para os hospitais. O administrador deixou a nota de que a gripe e uma população constituem um fator de destabilização dos mais idosos “e este ano teremos gripe e teremos COVID o que é uma sobrecarga para os hospitais e para os profissionais de saúde daí que nos tenhamos de preparar o melhor possível”. Carlos Andrade Costa reforçou a ideia de que teremos gripe e pandemia e deixou já o alerta que temos de ter todos nós cidadãos a tomar todas as medidas de autoproteção e, deste modo, podermos contribuir para aliviar uma, hipotética, sobrecarga dos hospitais.
Carlos Andrade Costa
António Lacerda Sales, na sua intervenção, vincou que “sempre soubemos que não podíamos vencer esta guerra dura de forma isolada. Por isso temos de contar com todos, autarquias, IPSS’s, sociedade civil e empresarial e percebemos que só em rede e com este trabalho de multidisciplinaridade podemos ir ultrapassando estes obstáculos. E muitos têm-se chegado à frente, a quem muito devemos e agradecemos”.
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, destacou o trabalho feito no CHMT que foi reforçado com 17 ventiladores e 12 monitores e destacou que a sua UCI (Unidade de Cuidados Intensivos) nunca esteve em sobrecarga e, pelo contrário, “recebeu doentes de outros hospitais”. Lacerda Sales referiu que não foi apenas nos cuidados intensivos, pois o Centro Hospitalar, com uma unidade COVID e duas não-COVID, recebeu cerca de 140 internamentos. Mas o governante vincou que nesta matéria só os ventiladores e as camas não resolvem, é preciso recursos humanos. E neste sentido “estamos a pensar reforçar as unidades de cuidados intensivos e, neste sentido, também a UCI do Médio Tejo”.
António Lacerda Sales
Já sobre a realidade COVID, o secretário de Estado disse que o Médio Tejo foi muito importante. Primeiro porque foi criada a zona COVID (Abrantes) e não-COVID (Tomar e Torres Novas) e isso permitiu manter os níveis de assistência. E isso pode ser muito importante no inverno.
Quanto aos testes à COVID o governante salientou a capacidade de testagem do Médio Tejo, mais de mil testes diários, e que será um dos componentes daquilo que são os objetivos do governo de ter 24,500 testes por dia a serem feitos pelo Serviço Nacional de Saúde.
António Lacerda Sales
Paulo Pereira da Silva, CEO da Renova, manifestou “um enorme gosto em participar nesta luta contra este inimigo tão pequeno e que tanta preocupação nos está a dar”, acrescentando que esta oferta representa “um gesto marcante” para os colaboradores e acionistas da empresa. “Esta é também uma forma de fazer algo em prol da comunidade e dos cidadãos ajudando o vosso trabalho”, disse Paulo Pereira da Silva dirigindo-se aos profissionais de saúde do CHMT.
Estes dois equipamentos representam um investimento da RENOVA de cerca de 180 mil euros. O Centro Hospitalar recebeu o primeiro, que esteve em exposição durante a pequena cerimónia no átrio do Hospital de Torres Novas.
De uma forma simples o aparelho permite uma mobilidade muito fácil e, dessa forma, pode limitar a circulação de doentes infetados com COVID por outros locais onde estão instaladas as unidades fixas dos raios-X hospitalares.