O surto de Covid-19 do lar de idosos do Centros Social do Pego foi considerado extinto esta quinta-feira, dia 10 de dezembro, depois de realizados os últimos testes na instituição. De acordo com a delegada de Saúde de Abrantes, Maria dos Anjos Esperança, na quarta-feira foi realizada a última bateria de destes a funcionários e utentes do lar. Na quinta-feira foram conhecidos os resultados tendo todos os funcionários testado negativo e nos utentes apenas um positivo e dois inconclusivos.
Mesmo assim, e de acordo com as normas, como em 28 dias não surgiu nenhum caso novo e o universo dos testes foi negativo Maria dos Anjos Esperança, como autoridade de saúde pública do concelho de Abrantes, declarou como extinto o surto na instituição.
Recorde-se que este surto foi detetado a 29 de outubro e contagiou mais de 80 pessoas, entre funcionários e utentes do lar de idosos do Centro Social do Pego, tendo ainda causado 11 óbitos.
Maria dos Anjos Esperança disse à Antena Livre, ao final da tarde desta sexta-feira, que “os profissionais que foram testados na quarta-feira são todos negativos e os utentes que ainda estavam [com teste positivo] também são negativos, havendo apenas duas pessoas que ultrapassaram os 28 dias previstos nas normas e que, portanto, não apresentam qualquer risco de transmissão, pelo que consideramos o surto do lar do Pego extinto".
Maria Anjos Esperança, ACES Médio Tejo
António Mor deixou o seu testemunho na Assembleia Municipal de Abrantes
Esta sexta-feira, na sessão da Assembleia Municipal de Abrantes, o presidente do Centro Social do Pego e da Assembleia Municipal, António Gomes Mor, explicou aquilo que se passou na ERPI. Quando surgiu o surto de imediato foram reunidas as entidades locais para avaliar a situação. Disse António Gomes Mor que as indicações que tinham era de que os idosos que tinham testado negativo teriam de ser deslocados para Fátima. “Mas conseguimos transmitir, na altura, a indicação que conseguíamos resolver o problema nas nossas instalações. Uma situação que foi apreciada pela equipa da GNR, quando fez a desinfeção das instalações”, disse António Mor. Depois indicou que as coisas chegaram ao ponto a que chegaram e deixou a nota de que no mês de novembro a instituição chegou a ter 40 funcionários de baixa. E acrescentou que as respostas das autoridades da Segurança Social, sempre muito exigentes nos processos normais, ali foram de apontar os serviços dos Centros de Emprego como solução.
António Mor indicou que não é fácil encontrar pessoas que cuidem de idosos acamados e que, por esse motivo, o Centro Social do Pego foi a primeira entidade do distrito a acionar as brigadas de intervenção rápida (da Segurança Social). António Mor explicou que estas brigadas funcionam tendo como entidade gestora a Segurança Social, que se socorre da operacionalidade da Cruz Vermelha que, por sua vez, se socorre de empresas de trabalho temporário que colocam as pessoas. “Recebemos cinco pessoas que já terminaram o trabalho e depois mais duas que terminam amanhã (sábado, dia 12 de dezembro)”, explicou o presidente da instituição no púlpito da Assembleia Municipal de Abrantes.
António Mor diz que face a todas as dificuldades sentidas, porque as coisas mudam de um dia para o outro, ficou sem profissionais de saúde e que teve, por isso, de pedir ajuda ao ACES (Agrupamento de Centros de Saúde). Deixou uma palavra para a enfermeira Raquel Olhicas, da Unidade de Cuidados da Comunidade de Abrantes, e para a delegada de Saúde, Maria dos Anjos Esperança, que a qualquer hora estiveram disponíveis para dar as indicações necessárias e a ajuda necessária para ultrapassar esta crise.
António Mor disse ainda que, para além deste agradecimento, houve muitos apoios de muitas pessoas. E explicou depois que, por exemplo, os equipamentos de proteção individual dos funcionários do lar que tratavam os idosos positivos tinham um custo de 1300 euros diários. E acrescentou ainda que uma ambulância que foi levar um doente ao lar esta semana, que tinha um custo de dez euros, agora tem um de 50. Simplesmente porque a instituição tem de pagar o serviço e os equipamentos de proteção individual. António Mor diz que a instituição não pode imputar estes custos aos utentes, por isso espera o apoio à instituição.
António Mor, presidente Centro Social Pego
De referir que o lar do Centro Social do Pego, uma ERPI (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas) tem 65 utentes e 71 funcionários. O surto de Covid-19 começou a 29 de outubro e foi considerado extinto no dia 10 de dezembro, infetou um total de 87 pessoas, funcionários e utentes, e provocou 11 óbitos.