A 26 de novembro, comemoraram-se os 25 anos da Biblioteca Municipal António Botto, em Abrantes.
Uma cerimónia que contou com a guitarra portuguesa de João Vaz, as vozes de fado da Joana Cota e de Francisco Cordeiro e momentos de poesia de António Botto pelos colaboradores da biblioteca.
No final, Celeste Simão, vereadora com o pelouro, agradeceu a todos os que fazem a história da António Botto e foram palavras de emoção as que dirigiu a toda a equipa. Confessou ter feito um esforço para não se emocionar “mas também vejo isso nos vossos rostos”. E afirmou só ter uma palavra a dizer: “Obrigada!”
“Depois do que foi dito aqui hoje”, referindo-se à interpretação de textos por parte dos colaboradores, “isto é fazer jus a esta casa e às palavras de António Botto pois, na verdade”, como escreveu o poeta, “o mais importante na vida é ser-se criador, criar beleza”.
“É isto que todos temos criado nesta casa. E criar beleza todos em conjunto”, acrescentou. A vereadora citou o diretor da António Botto, Francisco Lopes, ao dizer que “nós não queremos ter uma boa biblioteca, nós queremos ter a melhor biblioteca”.
Celeste Simão pediu ainda aos colaboradores para continuarem “a fazer este vosso bom trabalho, a quererem ser sempre os melhores” e que o façam sempre em equipa pois “esta é que é a pedra de toque: sempre em equipa”.
Luís Filipe Dias, vereador da cultura mas que também já teve à sua responsabilidade o pelouro das bibliotecas, deixou “uma palavra de gratidão ao trabalho em prol dos abrantinos e de todos aqueles que por cá passaram e por todos aqueles que irão cá passar”.
Referiu-se “a um grande amigo que deixei numa biblioteca aqui ao lado”, referindo-se a Alexandre O'Neill, “e ele tinha um poema muito engraçado que terminava com «tropeço de ternura por vós»”.
“Esta casa passou a fazer parte do meu dia-a-dia em 1993 (…) foi uma casa que me acompanhou e fui crescendo enquanto pessoa, enquanto cidadão, enquanto leitor porque, de facto, tornei-me melhor leitor a partir do momento em que conheci esta casa e isso fez-me uma melhor pessoa”, acrescentou o vereador.
Já Francisco Lopes, diretor da Biblioteca Municipal António Botto, interpretou a história da biblioteca em Abrantes de uma forma teatral, acompanhado pela guitarra portuguesa de João Vaz, e explicou à Antena Livre que são 25 anos “da nova Biblioteca, da Bibliotea António Botto, porque a biblioteca pública de Abrantes é algo que já vem do séc. XIX, o que não é muito comum nos municípios portugueses”.
Quanto à importância da data, o diretor comenta o número redondo e afirma ser “um momento de fazer uma pausa, de refletir, de conviver com ex-colegas que passaram por aqui, com leitores... é um momento nostálgico mas também de projeção para o futuro”.
Olhando para trás, ao longo destes 25 anos “mudou muita coisa” pois “a Gulbenkian, que era a instituição que fazia alguma coisa de grande qualidade pela leitura em Portugal antes do 25 de abril, já dizia que esta era a sua melhor biblioteca fora de Lisboa”.
Francisco Lopes afirmou que “esta Biblioteca marcou um padrão de qualidade. Não apenas em termos de oferta de serviços de leitura mas também de modelo de construir e de conceber um serviço público”.
O aniversário da Biblioteca Municipal António Botto foi comemorado “de uma forma informal” mas que se transformou de “um momento de comunhão” entre todos. No final, cantaram-se os «Parabéns», sopraram-se as velas e cortou-se o bolo. Longa vida à Biblioteca António Botto.