A Igreja de Santa Maria do Castelo, construída no Século XIII, deixou de ter culto religioso em 1834 e, desde 1921, foi o local do Museu D. Lopo de Almeida. Agora, desde, 14 de junho de 2021, cerca de 100 anos depois, passou a ser o Panteão dos Almeida.
Com a deslocalização das peças de arqueologia e estátuas do acervo municipal para o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) [a inaugurar em junho deste ano] o edifício passou, por decisão municipal com aval da Direção-Geral do Património Cultural, a ser o Panteão dos Almeida. É nesta igreja que estão os túmulos de D. Diogo Fernandes de Almeida, D. Lopo de Almeida (primeiro Conde de Abrantes), D. João de Almeida (segundo Conde de Abrantes), D. António de Almeida e D. Rodrigo Anes de Almeida Meneses (primeiro Marquês de Abrantes).
Numa intervenção que custou perto de 160 mil euros, a autarquia quis salvaguardar este legado histórico, para além de requalificar o edifício. Foi construído um soalho por forma a destacar as campas que estão no chão da capela, assim como foi salvaguardado o altar.
Nesta musealização, o visitante é convidado a entrar e circular por entre painéis de vidro com informação sobre o local e é conduzido aos túmulos, passando por uma mesa interativa em que tem muita informação sobre o Panteão, os Almeida e sobre a história de Abrantes.
A Antena Livre visitou nesta segunda-feira, 14 de junho, o Panteão. Minutos antes da abertura oficial o coordenador da Rede de Museus de Abrantes, José Martinho Gaspar, conduziu as explicações do Panteão [em direto na edição das 18 horas da rádio].
Reportagem em direto na edição das 18h: O jornalista Jerónimo Belo Jorge visitou o Panteão com as explicações de José Martinho Gaspar
Antes da visita aconteceu uma pequena recriação histórica “Nós, os Almeida” e, ainda antes, a cerimónia de inauguração com a presença da presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) Centro, Isabel Damasceno.
Aliás, a presidente da CCDR destacou a importância de salvaguarda do património, como neste caso, com apoio a recursos financeiros dos quadros de apoio comunitários.
Isabel Damasceno, presidente CCDR
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, destacou a remodelação que foi feita na igreja de Santa Maria do Castelo e vincou a importância desta inauguração ou abertura no Dia da Cidade.
O autarca fez questão de referir uma data muito importante de Abrantes e desta Igreja na história de Portugal: “a 6 de junho realiza-se, nesta Igreja, o Conselho de Guerra [com D. João I e Nuno Alvares Pereira] que decidirá dar combate aos exércitos castelhanos em Aljubarrota”.
E depois fez anda a natural referência aquilo que vai passar a ser como Panteão dos Almeida.
Trata-se, juntamente com a fortaleza, um dos locais mais visitados no concelho de Abrantes pelos turistas.
Manuel Jorge Valamatos, presidente da CM Abrantes
Momento de recriação histórica
1215
O Rei D. Afonso II, procurando cumprir o voto de D. Afonso Henriques, manda edificar nas ruínas da Mesquita dos Mouros a Igreja de Santa Maria do Castelo
1385
A 6 de junho realiza-se, nesta Igreja, o Conselho de Guerra [com D. João I e Nuno Alvares Pereira] que decidirá dar combate aos exércitos castelhanos em Aljubarrota
1433
Reconstrução ordenada por D. Diogo Fernandes de Almeida
1810
Utilizada como paiol durante as invasões francesas
1834
Igreja fecha ao culto
1910
Declarada como Monumento Nacional
1921
É instalado neste espaço o Museu Regional de Abrantes D. Lopo de Almeida
2021
Reabre ao publico como Panteão dos Almeida
Há muitas outras datas e informações sobe a história de Abrantes numa mesa interativa no interior do espaço museológico.
O Panteão dos Almeida vai estar aberto ao público das 10:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30.
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