A primeira expectativa era que o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) que está a ser implementado no Convento de S. Domingos pudesse ser inaugurado neste mês de julho. No entanto a pandemia, de acordo com o presidente da Câmara de Abrantes, tem provocado alguns atrasos nos trabalhos o que pode empurrar a inauguração apenas para depois de realizado o ato eleitoral.
Manuel Jorge Valamatos informou o executivo municipal da dificuldade que os empreiteiros e as empresas que estão a trabalhar nesta parte final consigam concretizar os trabalhos a tempo porque “entrámos numa fase mais minuciosa e de maior especialização e as empresas estão com muita dificuldade em entregar equipamentos”. E adiantou que no fim de semana pode ter havido mais um caso positivo de Covid-19 num empregado de uma das empresas que está nestes trabalhos finais no complexo museológico.
Manuel Jorge Valamatos disse ainda que a situação do país [em relação à pandemia] também não facilita uma eventual inauguração, assim como a marcação das eleições autárquicas [26 de setembro] também vão condicionar alguns eventos. O autarca afirmou que “não queremos misturar a abertura do MIAA com questões políticas. O MIAA tem uma dimensão de grande responsabilidade e é um museu extraordinário”. Depois acrescentou que o planeamento das exposições, quer permanentes quer temporárias, estão praticamente fechadas. A museologia está “com atrasos significativos”.
O presidente da Câmara de Abrantes afirmou que na próxima reunião do executivo voltará a fazer um ponto de situação deste processo, mas concluiu com a eventualidade de a inauguração poder acontecer apenas depois das eleições: “porventura deixaremos a inauguração do MIAA, eventualmente, para depois das eleições”.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
É uma certeza que o MIAA contará na data de abertura com cinco exposições distintas. Primeiro a coleção da Fundação Estrada que foi uma das que esteve na génese da criação deste equipamento. Depois junta-se a coleção de arte de Maria Lucília Moita e a exposição da coleção Figueiredo Ribeiro. Junta-se ainda a exposição da coleção de arte e arqueologia do Município de Abrantes.
E uma das novidades será a exposição de Arte Contemporânea do Estado com as obras adquiridas em 2019 pelo Governo. Aliás o protocolo entre o Município e o Ministério da Cultura foi aprovado na reunião do dia 30 de junho.
A coleção da Fundação Estrada tem cerca cinco mil peças de ourivesaria ibérica, armaria e arte sacra dos séculos XVI a XVIII. Tem ainda coleções de numismática, arquitetura romana, medieval e moderna, relógios de várias épocas e uma exposição de arqueologia e história local.
De destacar ainda que o MIAA inclui, naturalmente, a requalificação feita no espaço do Convento de S. Domingos que foi transformado e adaptado para receber o Museu.
A obra desenrolou-se nos dois pisos do Convento, com uma área bruta 3.280 m2. O Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, tem o projeto de arquitetura das instalações pelo Arquiteto Carrilho da Graça e o projeto museográfico pelo Professor Fernando António Batista Pereira.
De referir que o MIAA integra a rede de Museus de Abrantes, como peça fulcral, de acordo com a autarquia. Esta rede conta com o MIAA, o MAC – Museu de Arte Contemporânea, o Panteão dos Almeida, a QuARTel – Galeria de Arte de Abrantes, e o Museu da Metalúrgica Duarte Ferreira, de Tramagal.
A fotografia que publicamos é dos Claustros do Convento de S. Domingos que sofreu uma requalificação integrada no projeto do MIAA.