Sem música não se faz a Festa e para garantir parte desses momentos a Banda da Associação Filarmónica Montalvense 24 de janeiro diz “presente” à Câmara Municipal de Constância para mais uma edição da Boa Viagem.
Este ano, o grupo volta a assumir os momentos habituais da arruada, da procissão e do hastear da bandeira. Momentos solenes e que são encarados com “grande iniciativa” pelos músicos e seus dirigentes.
Nesta edição, a banda apresenta um novo presidente da direção, mas uma presença já habitual no seio dos músicos com o seu bombardino. Luís Abreu, 33 anos, natural de Campo Maior, mas residente em Montalvo, é o novo presidente da direção do grupo.
Eleito presidente no passado dia 10 de dezembro, para um mandato de um ano, Luís Abreu aceitou a função por ser “um desafio”.
“Queria testar as minhas capacidades e porque acho ser uma mais valia para a banda. E há sempre aspetos a melhorar, apesar do trabalho do senhor Rui ter sido excecional”, referiu.
“O senhor Rui já estava há algum tempo na direção e já acusava alguns sinais de cansaço e foi assim que surgiu o convite à minha pessoa para integrar uma lista como presidente”, explicou.
A Associação Filarmónica Montalvense 24 de janeiro dispõe de uma banda constituída por cerca de 28 executantes, uma escola de música com cerca de 50 jovens e crianças, que depois constituem a Banda Juvenil.
Muitos destes músicos envolvem-se nas festas, em concreto na dinamização da tasquinha de comida.
“A tasquinha de comida é uma importante forma de angariar fundos para manter as atividades anuais”, considerou Luís Abreu. Para esta edição das festas, o novo presidente “quer atrair mais a participação dos pais, dos membros da direção e de alguns sócios que estão mais presentes na banda. Asseguramos os almoços e jantares durante os três dias da festa e são três dias de muito trabalho”.
“Na tasquinha o trabalho é mais assumido pela direção, sócios, pais e amigos da instituição. Temos ainda três cozinheiras, a Dona Maria José Coelho, a Luísa Milagaia e a Maria Filomena Oliveira, que assumem a confeção. Os pratos mais típicos são o peixe do rio, que este ano não sabemos se vamos ter, devido ao receio de uma fraca adesão. Depois temos o bacalhau assado, as pataniscas, os enchidos” e uma diversidade de grelhados.
Quanto às atuações previstas para as festas, “temos ensaiado sobretudo as marchas fúnebres típicas de uma procissão e marchas mais festivas, as típicas de arruada. O serviço da procissão é duríssimo devido à geografia do terreno, porque temos de subir e descer várias vezes”, confidenciou Luís Abreu.
É a “época em que a terra mostra a todos os visitantes o que melhor tem” - Luís Abreu
“Estes dias são para nós importantes, na medida em que estas festas são o ex-libris do concelho e também da freguesia de Montalvo. Trata-se da época em que a terra mostra a todos os visitantes o que melhor tem”, vincou Luís Abreu.
Por último, o novo presidente falou de alguns objetivos que tem para este mandato, dando conta que ainda se está a inteirar do funcionamento da casa.
“Já me apercebi que não somos uma simples banda, somos também um centro de formação. Temos a parceria com o Choral Phydellius onde os jovens, que vêm através do Agrupamento de Escolas, ingressam nas nossas aulas e tem a contrapartida de integrarem a banda mais tarde”, lembrou.
Com a abertura do novo Centro Escolar, o presidente espera que a transição da banda para a antiga escola primária seja breve, pois o grupo “precisa de um espaço maior, sendo que as atuais instalações são bastante apertadas. Com o novo espaço conseguimos acolher melhor os músicos e ter um espaço de convívio”.
“Pretendo ainda unir mais os membros da instituição, os músicos, os sócios, os pais e a direção. Penso que as novas instalações vão poder trazer mais convívio e mais união para esse objetivo”, finalizou.
Joana Margarida Carvalho