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Constância: “Os Camponeses de Malpique” exaltam as tradições nas festas do concelho

27/03/2018 às 00:00

O Rancho Folclórico “os Camponeses de Malpique” é presença obrigatória nas festas de Constância. O grupo assume a dinamização de uma tasquinha de comida e ainda a tarde de folclore no domingo de Páscoa.

“Costumamos dizer que são três dias loucos que nos permitem salvaguardar a época”, começou por caracterizar a festa Custódio Rodrigues, diretor técnico do grupo desde há 30 anos.

A tasquinha apresenta sobretudo a típica gastronomia, assente nas tradições locais. Pratos como o frango assado, o entrecosto assado, os enchidos, a feijoada à camponesa e este ano o coelho grelhado, farão as delícias de quem escolher a tasquinha do rancho.

Outro prato bastante apreciado “são as famosas migas carvoeiro e pintassilgo, feitas com pão de milho desfeito no azeite e depois com as couves, um prato que deve ser servido quente e que é muito apreciado”, salientou Custódio Rodrigues.

Devido à poluição no rio Tejo, este ano o prato de fataça não vai ser uma aposta, pois segundo o responsável “as pessoas não vão comer e nós não podemos estar a trabalhar para aquecer. De qualquer modo, vamos ter peixe: a petinga, a sardinha assada e o chicharro”.

Na sua maioria o grupo mobiliza-se para o serviço árduo que a tasquinha requer durante os 3 dias de festa. São cerca de 15 a 20 pessoas do grupo que, diariamente, com “grande sentido de responsabilidade” servem quem visita a festa e quem aprecia a típica comida.

“Nós empenhamo-nos a sério e é para trabalhar a sério” - Custódio Rodrigues

“No domingo de Páscoa como temos o festival e é uma altura mais critica convidamos duas ou três pessoas para assegurarem o funcionamento da tasquinha. Nós empenhamo-nos a sério e é para trabalhar a sério”, reforçou o diretor técnico.

No domingo de Páscoa, a tarde de folclore vai contar com três grupos regionais: a Casa do Povo de Tramagal, As Lavadeiras da Asseiceira e o Rancho Folclórico “os Camponeses de Malpique”.

“Nesta época pascal é muito difícil deslocar grupos para virem cá, porque as pessoas querem estar em família. Por exemplo, trazer grupos do Norte é impensável. Apostamos sobretudo num festival regional”, refere Custódio Rodrigues.

“Normalmente, temos dois tipos de demonstrações. Temos uma para os festivais de folclore, de 20 minutos, e outra demonstração, para outros contexto, onde podemos estar em cima do placo duas horas porque interagimos com as pessoas”, acrescentou.

Nas festas tratando-se de “um minifestival” o momento vai ser sobretudo dedicado à dança. “O acolhimento do público nesse dia é muito bom, é já o ex-libris das festas para alguns”, fez notar o responsável.

A Associação Cultural Rancho Folclórico “os Camponeses de Malpique” foi fundada em 1985. O grupo tem origem na União Jazz de Malpiquense desde 1978. Contudo, na altura houve a necessidade de um desvinculo. “Tivemos necessidade de nos desvincularmos devido ao facto de as mentalidades na altura serem um pouco retrógradas e porque estávamos presos a valores que nada tinham a ver com o que queríamos. As pessoas não entendiam isso, então só houve uma forma, foi romper com o atual grupo e partir para outra etapa”, explicou o diretor técnico.

Inscritos na Federação Portuguesa de Folclore. o rancho reúne cerca 47 membros entre a tocata, os figurantes e os dançarinos, sendo um grupo essencialmente jovem.

E como se atraem os jovens para estas práticas? “Com responsabilidade. Eu defendo que os nossos jovens não são uma “geração à rasca”. Os jovens cativam-se dando-lhes incentivos e responsabilidade, acreditando neles. São pessoas válidas, têm é de ser incentivados. No rancho, têm de ter gosto por aquela área e depois no nosso grupo temos algumas regras - uma criança de 4/5 anos tem o mesmo direito de falar como alguém de 60 ou 70 anos”, referiu Custódio Rodrigues.

Os trajes que apresentam são sobretudo trajes de trabalho e domingueiros. E o festival nacional que organizam realiza-se todos os anos no primeiro fim-de-semana de julho. São cerca de 10/15 saídas que realizam por todo o país e é nas antigas escolas primárias de Malpique que tem a sua sede, a sua Oficina da Cultura e um museu disponível à visitação.

A Câmara Municipal é parceiro do grupo e é a entidade que desafia o rancho a marcar presença nos festejos anuais. “É a nossa vila, é o nosso concelho, portanto são as nossa festas. São a identidade de um povo”, finalizou Custódio.

Joana Margarida Carvalho

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