Fernando Lopes, investigador do LNEG - Laboratório Nacional de Energia e Geologia e autor de vários artigos científicos, tem 54 anos, é natural de S. Miguel do Rio Torto e vai lançar o seu segundo livro esta terça-feira, 10 de abril.
A publicação, intitulada “A Produção Crescente de Energia de Base Renovável e o Mercado de Eletricidade”, vai ser apresentada pelas 18:30 horas, na sede da Ordem dos Engenheiros, em Lisboa. A cerimónia vai contar com a presença do Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Carlos Mineiro Aires, também ele abrantino, com o presidente da Direção da APREN, António Sá da Costa, e com o administrador da EDP, Pedro Neves Ferreira.
“Este livro surgiu naturalmente”, diz-nos Fernando Lopes e “é o trabalho dos últimos cinco anos”. Concorreu a um projeto da Fundação para a Ciência e Tecnologia, que venceu e no qual foi o investigador principal responsável pelo projeto que “era essencialmente para desenvolver um sistema que simulasse parte do mercado de energia”.
E a conversa fluiu nesse sentido. Quisemos saber da dependência que hoje temos da eletricidade. “É enorme”, diz o autor. “E cada vez mais. Agora, se isso é um problema ou não, é uma boa pergunta… mas acredito que não seja um grande problema”.
A eletricidade, as energias renováveis e mesmo a inteligência artificial foram temas que surgiram durante a conversa.
“Para a questão do impacto ambiental, as renováveis são fundamentais neste momento. Por outro lado, por terem um custo marginal que se pode considerar nulo, ao serem comercializadas no mercado, levam a uma redução dos preços da eletricidade global para todas as pessoas”, explica Fernando Lopes. No entanto, afirma, “não é só benefícios”. E explica que “as renováveis estão dependentes das condições atmosféricas. Quer isto dizer que têm associado uma grande incerteza e variabilidade que trazem alguns problemas acrescidos ao setor elétrico e ao funcionamento do mercado”. Considera que as renováveis “são uma forte aposta” mas também confirma “que poderiam ter crescido mais”.
Fernando Lopes perspetiva um futuro “com carros elétricos e até, eventualmente, carros sem condutores. Carros que poderão ser partilhados e aí o conceito de estacionamento nas grandes cidades poderá ser bastante aliviado. A condução autónoma é algo em que a Inteligência Artificial tem apostado”.