António José, do Arquivo Municipal, Filomena Gaspar e Joaquim Candeias da Silva
A arqueóloga Filomena Gaspar e o professor Joaquim Candeias da Silva marcaram presença no passado dia 20 de julho, no Arquivo Municipal Eduardo Campos, em Abrantes, numa sessão sobre a Igreja de Santa Maria do Castelo.
Esta sessão “foi muito importante, foi conjugada com a documentação do professor Joaquim Candeias e com a exposição” documental que está patente no arquivo até dia 31 de agosto, disse a arqueóloga.
Joaquim Candeias referiu à Antena Livre que as “reflexões fazemo-las nós a título pessoal entre especialistas, e é bom trazê-las à praça pública, porque de facto são riquezas que temos”. O professor referiu ainda que a Igreja Stª. Maria do Castelo faz parte da “história rica de Abrantes e é uma pena que esteja confinada aos gabinetes e aos livros”.
Filomena Gaspar atribuiu a falta de conhecimento dos abrantinos acerca do Museu D. Lopo de Almeida, sedeado dentro da igreja, por “razões sociológicas. O espaço do Castelo, onde está o museu, é um espaço do senhor, é um espaço que está longe da população e ainda por cima foi um espaço militar, que esteve fechado durante muitos anos. A frequência daquele espaço começou já muito tardiamente”, salientou.
A arqueóloga afirmou que teve de “colocar um papel à entrada, porque grande parte das pessoas que visitavam o Castelo não iam ao Museu, porque pensavam que se pagava e nós tivemos o cuidado de desmistificar essa ideia de forma a chamar mais gente”. Hoje, segundo avança, o Museu tem mais visitantes: “O nosso museu tem à volta de 15 mil visitantes por ano, o que é uma média muito boa para um pequeno museu local”.
Filomena Gaspar referiu ainda que “há muita gente que tem a ideia que o Museu é um espaço monótono e morto e esta é uma tendência que temos vindo a tentar combater”. Um dos objetivos do museu tem sido “criar hábitos nas pessoas, só que isso demora muito tempo, mas já temos visitantes regulares, que visitam as exposições”.
“Houve uma reconstrução, uma renovação e espera-se pelo que foi já anunciado que venham aí dias muito melhores” para aquele espaço, concluiu.
A igreja de Santa Maria do Castelo considerada, Monumento Nacional, foi construída presumivelmente no século XIII, no reinado de D. Afonso II. A partir do século XVI, foi transformada em Panteão dos Almeidas, e no seu interior detém os túmulos de D. Diogo, D. Lopo e D. João de Almeida.
A igreja de Santa Maria do Castelo, atual Museu D. Lopo de Almeida, foi extinta ao culto em 1834, e recebeu em 1921 recebeu o Museu D. Lopo de Almeida. No museu pode-se encontrar, em exposição permanente, coleções de estatuária sacra e um espólio arqueológico, recolhido no concelho de Abrantes.
Fátima Saraiva_Estagiária ESTA