No primeiro dia do mês a Lua passou perto do planeta Mercúrio, que no continente australiano puderam assistir à sua ocultação pela Lua. Este planeta atinge a sua maior elongação (afastamento relativamente ao Sol) para leste no dia oito, dando-nos assim mais tempo para observa-lo ao anoitecer. Em contraponto, na segunda quinzena do mês tanto Mercúrio como Vénus estarão numa direção muito próxima da do Sol, não nos permitirá observa-los em condições.
A Lua atingirá a sua fase de quarto crescente no dia seis, situando-se por então na constelação do Touro e ligeiramente acima do planeta Júpiter. Ao início da madrugada de dia nove, iremos encontra-la junto ao planeta Marte, enquanto na noite seguinte ter-se-á deslocado até junto de Pólux, uma estrela gigante vermelha situada a 34 anos-luz de nós, a qual é a estrela com maior brilho aparente da constelação dos Gémeos.
No dia doze o planeta Saturno estará conjunção, i.e., na direção do Sol, motivo pelo qual durante este mês será bastante difícil a sua observação.
A Lua Cheia irá ocorrer ao final da madrugada de dia catorze, numa região do céu próxima do plano da órbita terrestre. Consequentemente, a Lua irá atravessar a umbra da Terra (zona do espaço donde o nosso planeta oculta totalmente o Sol) dando origem a um eclipse lunar total. Desta forma, pouco antes das quatro horas da madrugada (no continente) a Lua entrará numa zona do espaço donde o Sol e parcialmente tapado pela Terra (a penumbra), passando depois à zona de umbra pelas cinco horas e vinte e seis minutos. No continente não veremos o final da fase de totalidade uma vez esta tem lugar após o ocaso desta (pelas seis horas e cinquenta e quatro minutos). Quanto mais para oeste mais se poderá ver deste eclipse. Assim, no Grupo Ocidental poderão assistir ao eclipse até cerca das sete horas e vinte minutos (hora local).
Pelas vinte e duas horas de dia dezasseis, a Lua irá nascer justo à estrela Espiga da constelação da Virgem. Esta noite terá também a peculiaridade de durar doze horas, característica que se costuma atribuir erroneamente aos equinócios. A propósito de tais eventos, às nove horas e dois minutos de dia vinte, o nosso planeta atinge o ponto da sua órbita a partir do qual o hemisfério norte passa a estar voltado na direção do Sol e, consequentemente, o Sol passa a ser visto a norte do Equador Celeste (ver Figura 2) dando assim início à primavera nesta parte do globo.
Eclipse solar de dia vinte e nove, com posição do Sol relativamente a alguns planetas e constelações próximos, e posição do Sol nos dias onze e vinte
O Quarto Minguante terá lugar no dia vinte e dois e a Lua Nova uma semana depois. De modo análogo ao ocorrido duas semanas antes, o alinhamento do Sol, Lua e Terra junto ao plano da órbita terrestre dará origem a um novo eclipse, só que desta vez solar e apenas parcial. No continente este eclipse terá início pouco depois das nove horas e meia da manhã, atingindo o seu máximo pelas dez horas e meia (altura em que cerca de 40% do diâmetro solar estará tapado) e terminando uma hora depois. No arquipélago dos Açores, a magnitude do eclipse será ainda maior chegando a cobrir perto de 60% do diâmetro solar. Aqui o eclipse terá início pelas oito horas e dezassete minutos (hora local), e terminará duas horas depois.
No último domingo deste mês a Lua atingirá o seu perigeu (ponto mais próximo da Terra). Nesta mesma madrugada entrará em vigor a hora de verão. Assim, pela uma hora da madrugada (hora continental) desse dia trinta devemos adiantar os nossos relógios uma hora.
Boas observações!
Fernando J.G. Pinheiro (IPMA)