Foi inaugurada no passado domingo, no Centro de Interpretação Templário Almourol, a Exposição «O Império do Divino Espírito Santo no Médio Tejo».
O Espírito Santo é celebrado conjuntamente por judeus e por cristãos, cinquenta dias depois da Páscoa, na festa dos Tabernáculos e do Pentecostes, respetivamente. Entre cristãos a solenidade tem oitava privilegiada e inaugura um período novo no ano eclesiástico, prolongando-se durante 24 semanas, até ao primeiro Domingo do Advento (obrigatoriamente entre 27 de Novembro e 3 de Dezembro).
O Pentecostes também é denominado Páscoa Rosada, comemorando a descida do Fogo do Consolador, ou Paracleto, sobre os Discípulos, consoante a narrativa dos Atos dos Apóstolos (II, 1-4). Depois da Ascensão aqueles regressaram ao Cenáculo e ali esperaram em oração, durante 9 dias, a realização da promessa de Jesus.
No décimo dia, seriam 9 horas da manhã: “[...] de repente veio do Céu um estrondo como de vento que assoprava com ímpeto e encheu toda a casa onde estavam assentados.
E lhes apareceram, repartidas, umas como línguas de fogo, que repousaram sobre cada um deles. E foram todos cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em várias línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”.
A iconografia portuguesa deste episódio da História Sagrada esteve, invariavelmente, ao serviço da causa do Império do Divino Espírito Santo, motivo por que se trata de um tema muito comum, nomeadamente em capelas e altares da invocação do Paracleto.
O culto do Divino Espírito Santo sob a forma de Império é expressão própria e exclusiva do mundo lusíada (nos Açores e no Brasil 6 conserva ainda a fidelidade às origens) não tendo qualquer similitude com as devoções homónimas que existem por todo o restante orbe católico.
O Centro de Interpretação Templário Almourol é o primeiro do género em Portugal. Dispõe de uma sala de exposição permanente, espaço de exposições temporárias e de uma sala de projeção de filmes sobre a temática dos templários. No mesmo edifício funciona também a Biblioteca – Arquivo Templário, que dispõe de um vasto acervo literário dedicado a este tema, fruto das doações de Teresa Furtado e de Manuel J. Gandra.
A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h00/12h30 – 14h00/17h30, aos sábados, domingos e feriados, das 10h00/13h00 – 15h00/18h00.