Antena Livre
Deseja receber notificações?

O céu de março

2/03/2025 às 14:00
céu a oeste ao final da madrugada de dia catorze

No primeiro dia do mês a Lua passou perto do planeta Mercúrio, que no continente australiano puderam assistir à sua ocultação pela Lua. Este planeta atinge a sua maior elongação (afastamento relativamente ao Sol) para leste no dia oito, dando-nos assim mais tempo para observa-lo ao anoitecer. Em contraponto, na segunda quinzena do mês tanto Mercúrio como Vénus estarão numa direção muito próxima da do Sol, não nos permitirá observa-los em condições.

A Lua atingirá a sua fase de quarto crescente no dia seis, situando-se por então na constelação do Touro e ligeiramente acima do planeta Júpiter. Ao início da madrugada de dia nove, iremos encontra-la junto ao planeta Marte, enquanto na noite seguinte ter-se-á deslocado até junto de Pólux, uma estrela gigante vermelha situada a 34 anos-luz de nós, a qual é a estrela com maior brilho aparente da constelação dos Gémeos.

No dia doze o planeta Saturno estará conjunção, i.e., na direção do Sol, motivo pelo qual durante este mês será bastante difícil a sua observação.

A Lua Cheia irá ocorrer ao final da madrugada de dia catorze, numa região do céu próxima do plano da órbita terrestre. Consequentemente, a Lua irá atravessar a umbra da Terra (zona do espaço donde o nosso planeta oculta totalmente o Sol) dando origem a um eclipse lunar total. Desta forma, pouco antes das quatro horas da madrugada (no continente) a Lua entrará numa zona do espaço donde o Sol e parcialmente tapado pela Terra (a penumbra), passando depois à zona de umbra pelas cinco horas e vinte e seis minutos. No continente não veremos o final da fase de totalidade uma vez esta tem lugar após o ocaso desta (pelas seis horas e cinquenta e quatro minutos). Quanto mais para oeste mais se poderá ver deste eclipse. Assim, no Grupo Ocidental poderão assistir ao eclipse até cerca das sete horas e vinte minutos (hora local).

Pelas vinte e duas horas de dia dezasseis, a Lua irá nascer justo à estrela Espiga da constelação da Virgem. Esta noite terá também a peculiaridade de durar doze horas, característica que se costuma atribuir erroneamente aos equinócios. A propósito de tais eventos, às nove horas e dois minutos de dia vinte, o nosso planeta atinge o ponto da sua órbita a partir do qual o hemisfério norte passa a estar voltado na direção do Sol e, consequentemente, o Sol passa a ser visto a norte do Equador Celeste (ver Figura 2) dando assim início à primavera nesta parte do globo.

Eclipse solar de dia vinte e nove, com posição do Sol relativamente a alguns planetas e constelações próximos, e posição do Sol nos dias onze e vinte

O Quarto Minguante terá lugar no dia vinte e dois e a Lua Nova uma semana depois. De modo análogo ao ocorrido duas semanas antes, o alinhamento do Sol, Lua e Terra junto ao plano da órbita terrestre dará origem a um novo eclipse, só que desta vez solar e apenas parcial. No continente este eclipse terá início pouco depois das nove horas e meia da manhã, atingindo o seu máximo pelas dez horas e meia (altura em que cerca de 40% do diâmetro solar estará tapado) e terminando uma hora depois. No arquipélago dos Açores, a magnitude do eclipse será ainda maior chegando a cobrir perto de 60% do diâmetro solar. Aqui o eclipse terá início pelas oito horas e dezassete minutos (hora local), e terminará duas horas depois.

No último domingo deste mês a Lua atingirá o seu perigeu (ponto mais próximo da Terra). Nesta mesma madrugada entrará em vigor a hora de verão. Assim, pela uma hora da madrugada (hora continental) desse dia trinta devemos adiantar os nossos relógios uma hora.

 

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (IPMA)

 

Partilhar nas redes sociais:
Partilhar no X
PUB
Capas Jornal de Abrantes
Jornal de Abrantes - fevereiro 2025
Jornal de Abrantes - fevereiro 2025
PUB