O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) abriu esta terça-feira, dia 23 de novembro, um centro de atendimento dedicado aos trabalhadores da Central do Pego. Trata-se de um gabinete criado para receber os trabalhadores da unidade de produção de eletricidade que vão ficar no desemprego com o encerramento da estrutura.
Este centro de atendimento vai funcionar na Junta de Freguesia do Pego das 09 às 12:30 e das 14 às 17 horas e pretende ajudar as cerca de 150 pessoas que, direta o indiretamente, poderão ficar no desemprego.
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, explicou esta terça-feira que a preocupação com as pessoas é uma das três áreas que estão a ser avaliadas e trabalhadas neste momento. Ao mesmo tempo, João Matos Fernandes, ministro do Ambiente, disse no fim-de-semana na RTP 3 que a área social é, neste altura, uma das vertentes em que existe uma grande preocupação.
O presidente da Câmara de Abrantes vincou que a criação de um gabinete na Junta de Freguesia do Pego foi a melhor opção para que os trabalhadores da Central possam ter toda a informação possível assim como saídas profissionais ou de formação profissional.
Manuel Jorge Valamatos
Já sobre o Fundo de Transição Justa e os eventuais investimentos da ordem dos 45 milhões de euros para Abrantes e para o Médio Tejo o presidente da Câmara diz que aguarda, expectante, o anúncio que o ministro do Ambiente disse que iria fazer. Há, aliás, a expectativa que esse anúncio possa ser feito até ao dia 30 de novembro, a data em que oficialmente a unidade de produção de eletricidade a partir do carvão encerra em Portugal.
Manuel Jorge Valamatos disse que o Fundo de Transição Justa deveria ser aplicado em Abrantes e Sines, pelo encerramento das centrais de produção de eletricidade a partir do carvão, e em Matosinhos, pelo fecho da refinaria. Só que, neste processo, outras regiões entraram na calha deste fundo, o que levou os presidentes das três autarquias (Abrantes, Matosinhos e Sines) a apelar ao governo para que as suas regiões não sejam prejudicadas na distribuição destas verbas resultantes dos passos dados na descarbonização do país.
Manuel Jorge Valamatos disse ter garantias do ministro do Ambiente de que o governo está a preparar um caderno de encargos para a instalação de empresas em Abrantes e no Médio Tejo.
De resto o Jornal de Negócios aponta investimentos nesta região que poderão criar cerca de 400 postos de trabalho.
Manuel Jorge Valamatos
Já sobre o concurso público para o Ponto de Injeção na Rede sabe-se que o prazo foi prorrogado até às 23 horas 59 minutos do dia 17 de janeiro de 2022. Sabe-se que no caderno de encargos a empresa que ganhar está obrigada a ter a sua sede social no concelho de Abrantes. Sabe-se que terá de criar parcerias com entidades de investigação por forma a poder desenvolver a área das energias verdes. Sabe-se que no júri de avaliação das propostas está um elemento designado pela Câmara de Abrantes, Ricardo Aparício, e outro pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, Miguel Pombeiro.
Ainda não se sabe o tempo que vai demorar a avaliação das propostas e a adjudicação da concessão nem o tempo de construção da nova unidade. Mas, pode haver uma perspetiva que antes a primavera não haverá novidades.
E o que o presidente da Câmara de Abrantes soube é que haverá já 17 propostas apresentadas para este Ponto de Injeção na Rede do Pego.
Manuel Jorge Valamatos
O ponto de situação feito pelo presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos.
Entretanto ficou a saber-se nesta quarta-feira que os cerca de 150 trabalhadores da central a carvão do Pego, (Abrantes), vão receber formação profissional e continuar a auferir o vencimento atual, mesmo após o fecho da unidade industrial, a 30 de novembro.
A garantia foi hoje dada aos representantes dos trabalhadores pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, disse à Lusa Luís Santos, coordenador do SIESI - Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas, da CGTP-IN, tendo o responsável afirmado sair “mais tranquilo” com o que considerou ser um “pequeno avanço” do governo relativamente à garantia de proteção social e formação profissional à totalidade dos trabalhadores, diretos e indiretos.
A Central Termoelétrica do Pego é o maior centro produtor nacional de energia, com uma potência instalada de 628 megawatts (MW) na central a carvão, e de 800 MW na central a gás, que prosseguirá em atividade, com contrato válido até 2035.