A maioria das 146 empresas que responderam a um inquérito da Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) estima precisar, no mínimo, de seis meses para normalizar a sua atividade, afetada pelas medidas adotadas para conter a covid-19.
Em comunicado, a Nersant afirma que o inquérito, realizado ao longo da semana passada, demonstra que “apesar dos efeitos negativos na atividade empresarial, a maior parte [das empresas] já está a caminho de normalizar a atividade, mas entende que vão ser necessários dois trimestres para a normalização plena”.
Na resposta sobre as perspetivas da normalização da sua atividade, 3,39% das empresas respondentes afirmaram esperar no espaço de um mês estar a laborar normalmente, 8,47% nunca antes de dois meses, 25,42% perspetiva no mínimo três meses e 62,71% entende que nunca antes dos seis meses.
Das empresas que responderam, 65,67% não recorreram ao ‘lay-off’ simplificado, ou seja, sensivelmente dois terços das empresas, o que a associação empresarial considera poder ser “um fator extremamente positivo para a nova fase de desconfinamento”, já que se deduz “que a produção não foi afetada em excesso”.
Das empresas que recorreram ao ‘lay-off’ (34,33%), metade já tinha recebido a comparticipação da Segurança Social, respeitante aos dois terços do salário, tendo 21,43% destas afirmado que receberam em menos de 15 dias, 50% recebeu a verba no espaço de até um mês e as restantes (28,57%) tiveram de esperar mais de 30 dias.
Dois terços das empresas respondentes (66,67%) também não recorreram às linhas de crédito da covid-19 e, das que recorreram (33,33%), só 11,11% já tinha recebido o financiamento, enquanto 88,89% das empresas ainda não tinham recebido qualquer verba, o que a Nersant considera “deveras preocupante”.
“Das referidas 11,1% das empresas que receberam o financiamento, 12,5% receberam a verba em menos de 15 dias, 37,5% receberam até ao fim de 30 dias, e as restantes 50% aguardaram mais de 30 dias para receber as verbas”, acrescenta.
Sobre a atividade atual das empresas, 23,3% afirmaram estar a trabalhar a menos de 25% da sua capacidade, 28,3% a menos de 50%, 25% a menos de 75% e as restantes 23,3% estão a trabalhar em pleno.
A Nersant iniciou uma auscultação semanal junto das cerca de 1.500 empresas suas associadas no final de março, depois da entrada em vigor do estado de emergência no país devido à pandemia, em 19 de março, situação que se prolongou até 03 de maio, dia em que se iniciou a fase de situação de calamidade.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
O Governo aprovou na sexta-feira novas medidas que entram hoje em vigor, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.
(Lusa)