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Mouriscas: Casal do Surdo abriu portas ao turismo rural (C/ÁUDIO e FOTOS)

26/06/2021 às 10:00

Os sonhos podem concretizar-se. E um sonho com mais de 20 anos concretizou-se em Mouriscas com o nascimento de uma unidade de turismo rural. O sonho de André Cadete foi cimentando ao longo dos anos e começou a ganhar forma em 2019, estendendo-se agora à companheira, Ana Pedro.

O dia de S. João ficou marcado como o ponto de partida do sonho concretizado e apresentado. O Casal do Surdo, assim se chama a unidade de turismo rural e o local onde foi implementado, é constituído por três unidades de alojamento, que no total têm uma capacidade para 12 pessoas.

Numa zona rural, longe do rebuliço do trânsito e dos ruídos do dia a dia, o Casal do Surdo pretende oferecer a tranquilidade do campo aliado a um ambiente rural e bucólico.

Quando entramos para o parque de estacionamento poderemos dar de caras com as ovelhas que vão “limpando” a erva que vai crescendo nas bermas do largo em terra batida. Depois entramos no espaço das habitações, que se misturam com diversas árvores, nogueiras e oliveiras, e acima de tudo muitas plantas. O que outrora teriam sido hortas para cultivo, hoje são espaços de estar. Uma piscina com um pequeno campo de areia para desporto, uma zona de esplanada para desfrutar do descanso ou ainda uma zona mais lounge com espreguiçadeiras em relva. E nos exteriores há ainda os alpendres das casas com espaços para poder estar.

E este início de noite de S. João foi o melhor exemplo para se estar. Dois dedos de conversa, com o “azul” da piscina iluminada a marcar a noite a, ao longe, um nascer de uma lua cheia “gigante” e alaranjada.

As casas têm a oferta normal. Quartos com wc e sala de estar ou de refeições como possibilidade de os hóspedes poderem cozinhar.

São três casas com os nomes de outrora: “Casa do lado”, “Casa do Tanque” e “Casa da Burra”.

Foi nesta última que André Cadete explicou que a pandemia acabou por criar as condições para poder avançar com o projeto. “Foi tudo feito por nós”, explica o empresário ao mesmo tempo, de elucida que tanto ele como a companheira têm os seus empregos. E como são, ambos, muito ativos em termos associativos a pandemia cancelou todas as atividades pelo que deixou algum tempo para estes trabalhos que foram sendo realizados.

O André disse que era o seu sonho de sempre. Tanto mais que no local que funciona como receção, para os hóspedes, criou uma divisão a que chamou de museu. É ali que podemos encontrar o espólio da família, desde sempre ligada ao comércio e à agricultura. Por isso, entre um telefone dos antigos, telefonia de “corda”, balanças ou medidas poderemos encontrar um manancial de objetos para a agricultura. “É a casa das velharias”, mas velharias cheias de história e de uso. “Há pessoas que não conhecem estes objetos, comuns na nossa terra, e assim podemos mostrá-los”.

André Cadete evidenciou a génese da localização rural e da ligação à freguesia e ao concelho, destacando que esta é uma oferta que vem beneficiar a aldeia.
“Aproveitámos o nosso, pouco, tempo livre para preparar aqui as coisas e receber pessoas de fora e mostrar, um bocadinho, o que é as Mouriscas (…) e em ambiente rural. A ideia é permitir que as pessoas possam descansar e estar em paz e sossego”, explicou André Cadete. A “Casa do lado” tem capacidade para cinco ou seis pessoas, a “Casa da Burra” para três/quatro pessoas e a “Casa do Tanque” para dois adultos e uma criança.

André Cadete explicou que manteve os nomes das casas. “Nesta casa existia uma burra. O meu avô tinha uma burra que ficava ali [e aponta para o local onde a burra dormia] e aqui [aponta para o lava-loiça] existia um forno”.

O Casal do Surdo já está disponível nas plataformas de turismo e de hotelaria, para além da presença nos meios digitais.

Foi um sonho de vida que ganhou contornos reais, em Mouriscas, ali à beira da A23. 

 André Cadete 

 

Neste dia de S. João aconteceu a abertura oficial com André Cadete a mostrar a unidade a alguns convidados, poucos, porque os tempos de pandemia ainda não permitem grandes concentrações. A visita começou com os proprietários a explicar o conceito e os espaços ao presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, que deixou a satisfação de ver o nascimento de mais uma unidade de turismo no concelho. E disse ainda o autarca que é sempre bom perceber que há, mesmo em tempos mais difíceis, jovens que são empreendedores e que, neste caso, salvaguardam o património edificado.E depois deu o exemplo do Município que ainda no Dia da Cidade inaugurou o Panteão dos Almeida, na requalificação da igreja de Santa Maria do Castelo.

André Cadete destacou a valorização “do que é nosso” e deixou as portas abertas para a freguesia e para o concelho. E vincou “amigos” que estão no mercado, como a Tasquinha ao Rio, na praia fluvial de Fontes, a cerveja artesanal Ermida ou a Casa dos Rosa, em Gavião.

Do Casal do Surdo os visitantes têm as setas para os locais de destaque da região, a começar pela Oliveira do Mouchão, um monumento vivo com mais de 3 350 anos e que fica ali a três ou quatro minutos.

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