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A Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) vai abrir, no próximo ano letivo, dois cursos Técnicos Superiores Profissionais na área dos videojogos.
“Empregabilidade” e “área com muitíssimo potencial” são as palavras que caracterizam a nova aposta da ESTA-IPT em conjunto com a Techframe, SA, que tem como objetivo contribuir para o crescimento da indústria dos jogos digitais a nível nacional e, especificamente, na região do Médio Tejo.
O curso de Artes para Jogos Digitais é “vocacionado para os artistas”, afirma Carlos Mora, professor adjunto da ESTA e da Techframe, SA. Aqui, pretende-se que os estudantes adquiram capacidades na vertente artística, como a criação de componentes necessários à origem de um jogo digital – desde o desenho do jogo, até à modelação e animação, passando pela história, áudio e ilustração.
Já o curso de Desenvolvimento de Jogos Digitais é “ vocacionado para programadores”. Pretende-se que os estudantes definam o motor de um jogo, adequando-o ao tipo de plataforma a que se destina, bem como modelar e planear a integração dos vários componentes no jogo digital.
Segundo a informação da ESTA, em ambos os cursos, os alunos adquirem competências para delinear planos de comunicação e marketing a nível dos jogos digitais.
Os objetivos das ofertas são diferentes porque, apesar de serem “dois universos que se complementam para fazer um videojogo, nem um artista é bom programador, porque não tem os skills de matemática necessários, nem um programador é um bom artista, porque não tem as capacidades inversas, como a criatividade”, acrescentou o professor adjunto da ESTA.
O desenvolvimento de um cluster de jogos digitais pela empresa Techframe (localizada no Tagus Valley e atualmente a desenvolver o jogo de guerra Universe 51 Tannhäuser Station) e a necessidade de mão-de-obra para a região são dois dos factores que motivaram esta iniciativa, que pretende atingir níveis internacionais. “Estamos a falar de um jogo, que sendo desenvolvido em Abrantes, seguirá para todo o mundo.” – Amaury Seco, Creative Director.
O responsável da Techframe, Carlos Mora defende que a indústria dos videojogos em Portugal é “muito incipiente” (com um mercado a valer 200 milhões de euros por ano) e que essa incipiência se deve à falta de mão-de-obra disponível. A Techframe envolve-se, assim, numa parceria com a ESTA, no sentido de “quebrar o ciclo, formando os jovens para poderem depois entrar na indústria e contribuir para o desenvolvimento deste sector”, refere.
As candidaturas aos cursos de Artes para Jogos Digitais e Desenvolvimento de Jogos Digitais estão abertas até ao dia 17 de agosto.
Ana Rita Cristóvão
Estagiária
