A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) continua a implementar o seu plano Plano Estratégico de Desenvolvimento Intermunicipal da Educação (PEDIME) tendo como meta a diminuição do insucesso escolar e do abandono escolar precoce. Mas uma das mais importantes medidas da promoção do sucesso começa na população pré-escolar e tem a ver a realização de rastreios à acuidade visual e auditiva.
Ou seja, a CIMT percorre todos os agrupamentos escolares para fazer o rastreio de todos os alunos que vão entrar no ano letivo seguinte no primeiro ciclo do ensino básico.
Estes rastreios coordenados pela Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo leva uma optometrista e uma audiologista a todas as escolas para despistar eventuais situações que necessitem de acompanhamento médico antes das crianças entrarem no primeiro ciclo.
Hélder Marques, o técnico da CIMT que está a coordenar estas ações lembrou a importância de detetar precocemente situações que necessitem de acompanhamento. Ou com a aquisição de óculos, e nesses casos a CIMT entrega a cada criança um vale de 125 euros de apoio a essa compra, ou o encaminhamento para um oftalmologista em situações necessitam de uma intervenção médica mais complexa.
E desde que começou este projeto, ano letivo 2016/2017, já foram rastreados mais de 5 mil alunos, dos quais 15% apresentam défice auditivo e 10% défice visual. Ainda de acordo com Hélder Marques a CIMT já emitiu mais de 500 vales [primeiro de 100 euros e com a atualização deste ano de 125 euros] para apoio à correção visual.
Hélder Marques, professor e técnico na CIMT
Trata-se de um programa que Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação destacou a importância do projeto, aludindo aos números apresentados. “É isso que se pretende, que as crianças possam entrar noutros graus de ensino mais capacitadas (...) e esta é mais uma peça que temos na CIMT na área da Educação.”
Vasco Estrela, presidente CM Mação
Ana Paula Gonçalves é a enfermeira que coordena este projeto deste 2016/17 que acumula com a saúde escolar no âmbito do ACES Médio Tejo. Destacou a importância do projeto e do trabalho de equipa e adiantou que é um projeto com planeamento difícil porque são 11 municípios e muitas escolas.
Ana Paula Gonçalves, enfermeira coordenadora projeto
Já José Cunha, coordenador da Unidade de Saúde Pública do Médio Tejo, deixou no ar a reflexão sobre o número de crianças que tiveram problemas no seu aproveitamento escolar por falta destes diagnósticos. O médico de Saúde Pública destacou a composição multidisciplinar da equipa de anda de escola em escola.
José Cunha, coordenador USPMT
A optometrista Ana Rita Tuna revelou que é fundamental nos cuidados de saúde primários estes rastreios. É que quem precisa apenas de óculos o optometrista pode desde logo avançar com esse passo, sendo que em casos mais complexos encaminha para o oftalmologista.
Ana Rita Tuna, optometrista
Os números de crianças com necessidades de acompanhamento no que diz respeito à audição é superior à visão. Sandra Ferreira, audiologista, vincou a importância destes rastreios onde começam as dificuldades. Desde logo para haver uma indicação de que esta ou aquela criança precisa de ficar mais perto do professor.
Sandra Ferreira, audiologista
Ana Filipa Heitor, presidente da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas Verde Horizonte, fez questão de agradecer o projeto para detetar estas situações precocemente. E destacou os últimos dois anos, com a pandemia, e com o trabalho escolar muito ligado aos computadores e tablets podem ter contribuído para tornar a visão das crianças “um bocadinho mais preguiçosa.”
Ana Filipa Heitor, presidente Associação de Pais
Já o diretor da escola, José António Almeida, fez questão de indicar a articulação entre a autarquia, escola e CIMT. E entre os vários projetos em curso destacou o PEDIME como um dos mais importantes.
José António Almeida, diretor Agrupamento Escolas Verde Horizonte
Jorge Simões, secretário executivo da CIMT, vincou que esta é uma política pública virtuosa, porque quando “avançamos para este projeto sabíamos haver necessidades de acuidade visual e auditiva.” E o destaque foi para um projeto montado por várias entidades e que vêm trazer efeitos “ao bem-estar global das crianças, que não apenas na escola.”
Jorge Simões deu a garantia que, apesar de o PEDIME estar a mudar do 2 para o 3, estes rastreios “são para continuar no Médio Tejo.”
Jorge Simões, secretário executivo CIMT
Estas ações de rastreio estão a ser desenvolvidas em todos os concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e contam com financiamento comunitário. As equipas vão à escola, e é aí que promovem os despistes junto das crianças.
Foi o que aconteceu esta terça-feira, 28 de fevereiro, em Mação.
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