Desde 2006 que o Agrupamento de Escolas de Constância ministra dois cursos dedicados à Restauração. São cerca de 35 alunos, da região, que compõem as duas turmas dos cursos de Restaurante/Bar e de Cozinha /Pastelaria. São eles que têm feito as delícias de quem procura a boa comida confecionada no seio do ambiente escolar.
Esta quarta-feira à noite foi marcada pela abertura do restaurante pedagógico, que depois de alguns espaços exteriores, hoje tem sede num espaço contiguo ao refeitório da escola.
No evento marcaram presença cerca de 15 pessoas, incluindo alguns autarcas locais, e mais uma vez os cerca de 35 alunos vestiram a camisa branca para servir os participantes e o avental para confecionar os vários pratos.
“Quando eles vestem a camisa, assumem o papel na perfeição. Normalmente, estes alunos são sempre muito melhores enquanto profissionais, do que depois nas disciplinas mais teóricas. E muitas vezes é preciso lembrar que a prática não existe, se não estiver bem presente a teórica, mas eles de facto têm passado uma boa imagem do Agrupamento e do nosso Município”, começou por afirmar à Antena Livre Olga Antunes, diretora do Agrupamento de Escolas.
“Este restaurante tem estado quase sempre aberto. Os espaços é que nem sempre são fáceis de encontrar. Já tivemos alguns espaços arrendados para este serviço e agora conseguimos improvisar com este [contiguo ao refeitório] para mantermos a continuidade da prática dos alunos e para mantermos esta ligação com a comunidade”, salientou a responsável.
Os produtos endógenos estiveram em destaque na noite da abertura do restaurante e foi o fado que se fez ouvir pela voz de Ana Dória, de Torres Novas, acompanhada na guitarra portuguesa por Diogo Ferreira e na viola por Rui Tanoeiro. “O fado veio ao encontro da época que nos encontramos, tornando o ambiente mais quente com toda a refeição que servimos”, referiu Cristina Alves, uma das chef`s do curso.
Durante a noite os enchidos - a alheira com sementes de sésamo, as várias tapas com queijo fresco e curado, acompanhados com nozes e avelã, fizeram as delícias de quem estava presente. Os participantes degustaram ainda o caldo verde, o lombo recheado com abacaxi e linguiça, guarnecido com cogumelos, batata assada e migas. Para a adoçar o paladar foi servido arroz doce, coscorões, castanhas de café, sonhos, etc. A sangria de espumante e de frutos vermelhos e um cocktail de castanha e moscatel também despertaram a curiosidade de quem marcou presença no evento.
“O restaurante faz com que eles [os alunos] possam praticar com pessoas de fora, ou seja acaba por não haver a ligação de confiança. Ao não estarem tão confortáveis, acabam por estar com mais atenção e nós estamos cá para ajudar e ensinar no momento real”, disse Sérgio Fernandes, outro chef do curso, dando conta que os alunos “são miúdos que se levam bem e que têm vontade de trabalhar”.
“Isto é uma formação em contexto de trabalho, o que eles vão encontrar nos hotéis e nos restaurantes e estes dias acabam por serem importantes, porque nestes eventos eles obrigatoriamente têm de gerir de uma maneira diferente”, acrescentou Cristina.
Para além dos jantares abertos à comunidade, o restaurante pedagógico também funciona ao almoço, às quartas e sextas-feiras, onde basta as pessoas se inscreverem e escolherem a ementa disponível. Mas para além da escola, os alunos também levam o seu trabalho para fora e muitas vezes são eles que asseguram o serviço de catering nos eventos concelhios. “Através de protocolos estamos presentes em alguns eventos da Autarquia, de algumas Associações, onde somos desafiados a fazer os serviços de catering. Nas festas do concelho, desde há 3 anos, somos nós que servimos as refeições aos artistas musicais e asseguramos o serviço nos camarins. São alunos que estão bastante visíveis e que representam a escola”, afirmou a diretora.
No que diz respeito à adesão aos cursos, Olga Antunes afirmou que “tem sido muito boa”, sobretudo “devido a todo o marketing que há volta dos chef`s”. Depois, “por serem cursos com boa empregabilidade e eles percebem que quando terminam têm a equivalência ao 12º ano, têm um curso profissional de nível 4 em qualquer país da Europa, que pode ser continuado nos politécnicos sem fazerem exames nacionais, o que para eles é muito bom. E têm a maior parte das vezes oportunidade de trabalho, muitas vezes nos locais onde fazem estágio”, finalizou a responsável.
Joana Margarida Carvalho