O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou hoje que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde, anunciou Jorge Torgal, membro do conselho, após uma reunião deste órgão consultivo do Governo.
Em conferência de imprensa conjunta, em Lisboa, após várias horas de reunião, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, considerou que esta recomendação "faz sentido" e que o encerramento de escolas será feito de forma casuística "analisando o risco, caso a caso, situação a situação".
"Não podemos estar antecipadamente a criar medidas desproporcionadas", afirmou Graça Freitas, sublinhando que "em cada região as administrações de saúde analisarão a situação concreta de cada escola".
A possibilidade de antecipar em cerca de duas semanas as férias escolares da Páscoa foi defendida esta semana pelo presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira. Um cenário também admitido pelo primeiro-ministro, que remeteu a decisão para o Conselho Nacional de Saúde Pública.
Desde segunda-feira começaram a encerrar algumas escolas básicas e secundárias assim como estabelecimentos de ensino superior.
As escolas portuguesas são frequentadas por mais de dois milhões de alunos: no ensino pré-escolar estão inscritas cerca de 240 mil crianças, no ensino básico e secundário são quase 1,4 milhões e nas instituições de ensino superior perto de 373 mil alunos.
O Conselho Nacional de Saúde Pública é um órgão consultivo do Governo e esteve hoje reunido para decidir recomendações ao executivo sobre a situação no país relativamente ao novo coronavírus.
De acordo com a Direção-Geral da Saúde, até à meia-noite de hoje estavam confirmados 59 casos de Covid-19.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou hoje a doença como pandemia, tendo em conta os "níveis alarmantes de propagação e inação": "Podemos esperar que o número de casos, mortes e países afetados aumente", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Desde dezembro, foram infetadas cerca de 117 mil pessoas em mais de uma centena de países, mas a maioria (cerca de 63 mil) conseguiu recuperar da doença provocada pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
Lusa