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“Adoro correr e saltar na minha Yamaha”

3/07/2018 às 00:00

Chama-se Ândria Filipa Claro Sousa tem 13 anos e apesar da sua tenra idade, é uma promissora piloto de moto em motocrosse, no Ribatejo, a nível Nacional e Europeu. É com a simplicidade dos grandes atletas que nos fala da sua paixão pelo motocrosse.

Ândria, como começou e a que se deve esta paixão pelas motos e pelo motocrosse?

Tudo começou quando tenha cerca de 9 anos. Comecei a correr porque quis. Corria com uma TTR 90, mais tarde, o ano passado, na atual 85. 

A paixão é de família, o meu pai gostava muito de motos, o meu irmão também corria e eu gostava. Ele teve de desistir porque os meus pais não autorizaram a sua continuação. Não estudava e tirava más notas. Já eu até sou uma boa aluna e, portanto, posso correr.

Que lugares ocupas atualmente no desporto que praticas?

No campeonato do Ribatejo, encontro-me em segundo.

Só este campeonato abrange meninas desde os doze anos, até qualquer idade.

No Nacional em 12º e, na última corrida para o Europeu, fiquei em 20º lugar.

Nestes dois últimos concorro de igual para igual com rapazes.

Na prova do Europeu deste ano, houve um concorrente que se magoou e uma moto que avariou.

Havia corredores de todos os países. De Portugal éramos seis e eu destes, fiquei em quarto. 

Ao europeu, só vão os corredores que estão até ao 5º lugar no Campeonato Nacional, ou outros que se lhe seguem se houver desistências. No meu caso, inscrevi-me e concorri, para testar a minha capacidade e melhorar a posição que obtive o ano passado.

 Qual é a moto que atualmente utilizas nas corridas?

É uma Yamaha de 85, é a de menor cilindrada, na classe feminina.   

Sempre tive Yamaha. Gosto e o meu pai também. No troféu Yamaha, na minha classe, sou a única rapariga e encontro-me em 5ª posição.

A senhora que está à minha frente na classe feminina, corre numa Honda de 250. É uma moto muito mais potente que a minha.

Brevemente, irei ter uma 125, tem maior cilindrada logo é mais rápida, o que me dará maiores hipóteses nas competições.

Consegues conciliar os estudos com as corridas e treinos?

Consigo. Ando no sétimo ano. Penso que sou uma aluna mais ou menos. Sou uma aluna de quatros e alguns cincos, à exceção do Inglês que tenho três.

Neste ano letivo, a disciplina que mais gosto é a de Espanhol.

Sobre as pistas para correr o que nos podes dizer?

As provas são sempre em pista térrea, preparadas com várias lombas que obrigam a saltos muito altos, alguns talvez nos levem a mais de dois metros. Tem curvas muito acentuadas e uma parte com lama.

Quando chove ainda é mais difícil, todo o percurso é muito escorregadio.

Quem é o teu treinador?

Quem me treina é o meu pai, como também o Marinho e o Nuno da Motorace.

Foi o Marinho da Motorace que me ensinou a fazer muito daquilo que eu sei. Ajudou-me a melhorar os meus conhecimentos.

Treino à quarta-feira à tarde. E quase todos os fins de semana corro.

 O que mais gostas no motocrosse?

O que mais gosto é do espírito competitivo e do convívio. Adoro correr e saltar na minha Yamaha.

Já alguma vez caíste?

Muitas vezes. Mas não suficientes para desistir. Foram apenas uns arranhões, mas nada de grave.  

 Já ganhastes muitos prémios?

Já. Muitas taças, medalhas e outras coisas.

Dos que merecem ser apontados foram alguns segundos lugares em Ponte de Sôr, Granho, Juncal, Souto, Alcaravela dois, e outros que não recordo. Terceiros são muitos, nem me recordo quantos. Mas o mais importante foi o primeiro lugar que ganhei no Sardoal, ainda com a TTR, em março de 2015.

 Quem assegura as tuas despesas neste desporto?

São vários patrocinadores. A Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Sardoal, também fazem parte deles. O meu pai fez um protocolo com a câmara, através da Associação os Duros. Esta Associação está situada em Andreus e faz vários eventos desportivos.

Há uns dias, fui apresentar a minha moto e o meu fato novo com as cores do Sardoal, aos presidentes da Câmara e da Junta. Foi quando fui correr à Guarda para o Europeu.

O que gostavas que te acontecesse num futuro próximo a nível do motocrosse?

No futuro, gostava de ter uma equipa específica que me ajudasse a ir mais além. A alcançar os objectivos a que me proponho.

Quais são esses objetivos?

Especialmente, melhorar os meus resultados e conseguir ficar em primeiro lugar na categoria das meninas. No Campeonato Nacional concorro também com os rapazes. Costumo ser a única rapariga. A minha classe engloba corredores dos 12 aos 15 anos. Há pelo menos dois rapazes mais novos que eu, acho eu!

Quem é o teu maior opositor?

O meu maior rival? Costuma ser o Nuno Cunha, mas mal o conheço, só de vista apesar de corrermos os dois. Por norma disputamos o melhor lugar possível.

O que gostavas de ser um dia mais tarde? Piloto de motos?

Adorava continuar a ser piloto de motocross. A outro nível ainda não sei, mas gostava de ter um trabalho que desse para conciliar com as corridas, e o tempo que ocupam na preparação.

Os teus pais apoiam-te?

Sim. Muito.

Porquê o número 88?

Porque já era o que o meu irmão usava, dei-lhe continuidade e tem dado muita sorte.

O que é para ti correr?                                              

É um desporto altamente, que eu adoro. Acho que não há nada que me dê tanto entusiasmo fazer como o motocrosse.

Numa frase a que comparas o motocrosse?

O motocrosse não tem comparação para mim. É a melhor coisa que me pode ter acontecido e o que mais adoro fazer na vida.

 

Sérgio Figueiredo – estagiário do curso de Comunicação Social, ESTA

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