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Duarte Alexandre - o Vice-Campeão Nacional de Motocross alveguense

3/01/2019 às 00:00
Duarte Alexandre com a sua mota

Natural de Alvega, Duarte Alexandre, de 18 anos, é motociclista vice-campeão nacional de MX2 Tempos. Participou em outras categorias, conseguindo boas classificações. É um rapaz que, apesar dos poucos recursos e apoios a nível comercial que possui, sempre conseguiu corresponder às expetativas no que toca às provas nacionais de Motocross. Conta com a grande ajuda e dedicação do seu padrasto, Diogo Gomes, e da sua mãe, Hélia Serra, sendo eles a equipa dele.

 

Como ganhaste o gosto pelas motas?

Foi através do meu padrasto, o Diogo. Um dia fomos ver uma corrida, que é o Baja de Portalegre, e aí senti que, um dia, também gostava de experimentar. Desde aí comecei a ter um grande gosto pelas motas.

 

Com que idade é que pegaste na tua primeira mota?

Foi com 13 anos. Tinha uma mota que era só de acelerar, uma Pit-Bike, e depois, a partir daí, o meu padrasto viu que eu precisava de algo mais e comprou-me uma melhor.

 

Qual e quando foi a primeira corrida onde participaste?

A primeira corrida onde participei foi no Baja de Portalegre, em outubro de 2014.

 

Costumas andar de mota ou treinar nos tempos livres?

Só costumo treinar no fim de semana, mas é raro agora, porque jogo futebol e tenho treinos à segunda e terça, e tenho jogos nos sábados, e quando tenho tempo livre, o meu pai está de serviço.

Padrasto: Nós treinamos pouco e temos uma equipa pequena por isso ele é vice-campeão mais pelo talento que ele tem. Ele treina pouco ou nada e os treinos dele são praticamente as corridas. Os apoios e os patrocínios são poucos e só temos dois patrocínios que é onde a mãe trabalha e o Seguros Cadete que nos ajudaram. Ele até podia ir mais longe, só que os apoios não são muitos.

Só temos uma mota para tudo, que serve tanto para treinar e também para fazer as corridas.

 

Sempre correste com a mesma mota?

Sempre fui com a mesma marca de mota, corri primeiro com uma 85, depois tivemos um ano de transição de 85 para 250 onde não me adaptei bem, e recuei então para uma 125. Foi com essa que eu fui vice-campeão júnior de dois tempos.

 

Quando entraste no campeonato nacional tinhas algum objetivo em concreto?

Era só mais para ver até onde é que conseguia chegar, porque até então só tinha feito o Campeonato Regional, e foi só mesmo numa de experimentar. Gostei do que estava a fazer e comecei a fazer mais, e até correu bem.

 

És vice-campeão de Motocross. Como se processa a categoria em que participaste?

Temos os treinos quilometrados e temos os treinos para a qualificação, que decide o lugar onde partimos na grelha, e depois daí temos a primeira manga e temos a segunda manga. Em caso de empate, o que decide é a segunda manga.

 

Qual foi a sensação de teres ficado em 2º lugar?

Foi muito boa, até porque custou muito, e penso que conseguia fazer melhor se tivesse treinado mais.

 

Achas que conseguirias fazer melhor ou talvez ser campeão?

Eu acho que sim. Se eu tivesse treinado mais tempo as coisas sairiam muito melhor. E há outro facto, uma semana ou duas antes da prova há um track-day, ou seja, tu podes ir conhecer a pista e, como nós temos poucas possibilidades financeiras de ir ao norte treinar como os outros vão, eu chego lá e aquilo é tudo novo para mim. Basicamente vou "às cegas" para lá, enquanto que os outros já conhecem. Eles já andam lá há uma semana a treinar e sabem o percurso e onde têm que dar os saltos.

 

Qual é a diferença entre a fase MX1 e a MX2?

A MX2 é 250 a 4 tempos e 125 a 2 tempos, e a MX1 é de 250 a 2 tempos e 450 a 4 tempos, que são as motas mais potentes.

 

Nunca pensaste em participar na fase MX1?

Para já ainda não.

 

Qual vai ser a próxima grande competição em que vais participar?

Vamos participar no Campeonato Nacional, mas gostava de ir para fora de Portugal fazer alguma provas. Gostava também de participar no campeonato de Supercross, porque é totalmente diferente do Motocross. Supercross é mais técnica, saltos maiores e não tem tanta velocidade.

 

E onde vai ser o Campeonato Nacional?

É quase tudo no Norte, sendo que a prova que fica mais perto daqui é em Paço dos Negros, em Almeirim.

Duarte Alexandre no pódio como Vice-Campeão

 

Achas que a cultura do motociclismo está a crescer cada vez mais em Portugal?

Acho que sim, cada vez mais ouve-se falar do desporto motorizado, tanto a nível de Superbike como também a moto GP.

 

Achas que o sucesso que o Miguel Oliveira está a ter fora de Portugal é um bom catalisador para trazer mais cultura do motociclismo cá?

Acho que sim, porque graças ao sucesso dele está a aparecer mais conteúdo sobre desporto motorizado de duas rodas na televisão. Antigamente era muito raro dar uma notícia sobre este desporto na tv. Também já aparece mais conteúdo nas redes sociais.

 

És fã de algum motociclista em particular?

Sim, do Jeffrey Herling, que corre no Europeu de Motocross.

 

Gostavas de seguir uma carreira profissional neste ramo? Fazer disto a tua vida?

Gostava imenso, mas cá em Portugal é complicado devido à falta de oportunidades.

 

O que dirias a um miúdo que queira ingressar pela primeira vez numa competição destas?

Diria para ele ir primeiro com calma, não querer mais do que as capacidades dele, e ir treinando. Com o tempo, as coisas vão acontecer com naturalidade.

 

 

Duarte Alexandre a representar o Vice-Campeonato

 

Nélio Dias

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