Chama-se Pedro Dirá, e é a partir de Abrantes que quer mostrar a sua música a toda gente. Depois de várias experiências em diversos projetos musicais, aposta tudo numa carreira a solo, enquanto continua a tocar com os Amigos, para onde o chamarem. A Antena Livre apostou nele e a Antena 1 também lhe piscou o olho e já passa a sua música! Músico, produtor, cantor e apaixonado por tudo o que esteja ligado à música! Fomos conhecê-lo um pouco melhor....
“Nunca me Esqueci”é o teu tema de estreia neste projeto que inicias ainda em 2016 mas com os olhos postos em 2017….qual éa historia desta música?
A história que a música retrata é sobre o fim de uma relação.Basicamente é uma espécie de carta de amor à pessoa que ainda lhe diz alguma coisa, que ele não consegue tirar da cabeça e que lhe quer dizer que ainda que gosta muito dela.
A primeira vez que a tocaste ao vivo, foi na Gala Antena Livre & Jornal de Abrantes em Abril de 2016. Foi com a surpresa que as pessoas a ouviram cantada por ti, pois há cerca de um ano que a ouviam na rádio sem saber quem a cantava…Como éque recebeste a reação das pessoas a esta música?
Não sabia o que esperar, estava com receio que a achassem muito “pirosa” ou demasiado triste, ou então que não gostassem de mim a cantá-la ou da minha voz. Mas quando cheguei ao palco só pensei em fazer o melhor, mesmo com a voz em más condições, e no final ter esperança que todos gostassem. E para minha surpresa, todos bateram palmas e me elogiaram no final. Foi muito bom e gratificante saber que todos tinham gostado.
Achas que as pessoas estranharam um tema deste género cantado por ti? Pergunto isto, porque este não éo teu género musical…pelo menos aquele que conhecíamos até então…
Eu acho que não! A verdade é que algumas conheciam-me de outras bandas um pouco mais "pesadas", mas essas mesmas bandas sempre tiveram uma onda bastante comercial, como nos Hollow Page em que tínhamos originais e uma ou duas eram calmas e comerciais, e que por acaso até tinha sido eu a escrevê-las.
Essencialmente, as pessoas da região conhecem-te das bandas “Hollow Page”e “Wake Up Mary”. Foi nestes projetos e noutros em que participas que foste crescendo enquanto músico certo?
Acredito que sim, porque fui-me descobrindo e aperfeiçoando como músico aos poucos, tocando com várias pessoas diferentes e aprendendo com todos eles.
Mas além destas duas bandas, participas em mais algumas…todas elas com sonoridades diferentes, desde a música popular ao quizomba passando pelo rock puro e duro…volto à questão lá de trás…como éque depois destas experiências chegas agora a um estilo tão diferente? Ou seja….como é que decidiste enveredar por este caminho?
Bem falando em estilos, sinceramente eu até já pensei em ser dj (risos). Gosto muito de música electrónica (sempre na onda comercial e também um pouco mais pesada), mas acho que sempre gostei de ouvir um pouco de tudo, nunca me ficar só pelo rock ou blues, apesar de que ouve fases em que só ouvia isso. Mas entre isso, sempre gostei de ouvir bandas sonoras de filmes, que têm muito de musica clássica. Acho que sempre gostei de pop, apesar de quando era novo não o admitir…Isto tudo influenciou-me e acho que actualmente não toco um só estilo, mas sim uma mistura de vários, mas sempre numa onda comercial.
A 1 de Novembro de 2016, praticamente como prenda de Natal, lançaste o teu primeiro tema em várias plataformas digitais, tornando-o um tema do mundo. A Antena Livre de Abrantes já o passava há cerca de um ano, mas tiveste o feedback da Antena 1 que te contactou a dar conhecimento de que iam incluir o tema na playlist diária. Como é que recebeste esta noticia duma rádio nacional?
Fiquei muito contente mesmo, mas também não quero estar contente "em demasia", porque não me quero desapontar. Não quero pressas! Cada coisa a seu tempo. Ainda sou novo e não quero precipitar-me em nada.
Como é que comentas o apoio que a nível geral se dá à musica que se faz em Portugal?
Eu acho que agora está a melhorar. As pessoas cada vez mais gostam da música portuguesa e do que se faz por cá. É difícil entrar neste mundo sim, porque continuam a existir muitas dificuldades para se conseguir ser ouvido. Porque é muito fácil as pessoas conhecerem-nos quando estão constantemente a serem "bombardeadas" com as nossas músicas nas rádios nacionais mais ouvidas, e nas televisões, mas para que essas mesmas rádios nos aceitem quando não somos “famosos” ou não temos dinheiro suficiente para passar as nossas músicas lá, torna-se complicado sim. Mas sempre ouvi dizer que “o que é fácil não mete piada”, e as redes sociais são o futuro para nos darmos a conhecer, portanto, é continuar a trabalhar.
E tu? O que achas da música Portuguesa?
Acho que está a evoluir para melhor. Está a aparecer um leque de músicos novos que ainda vão dar muito que falar, desde o fado, pop até à música electrónica.
Quais são as tuas influências?
Tenho várias. Normalmente para as letras influencio-me em momentos da minha vida, mas às vezes gosto de me inspirar em coisas que vi na vida real ou em filmes. Em termos musicais as minhas influências são artistas como Jason Marz, HMB, Ed Sheeran, Jack Garratt, John Mayer, X Ambassadors, Lukas Graham, Zedd, Kings Of Leon, Daughtry, Alter Bridge e muito mais…
E o público? Em palco, ficas frente a frente com públicos de várias gerações e vários géneros musicais…público…é público?...ou há públicos diferentes?
Já fiquei frente a frente com vários públicos sim. É muito difícil agradar a todos, por isso, sim há públicos diferentes em todos os sítios. Já estive a tocar num sítio em que as pessoas estavam de costas para mim e para a minha banda durante o concerto quase todo, e que por mais que tentasse a comunicação...as pessoas eram frias. Outros concertos em que o público estava ao rubro e cantavam, dançavam, gritavam e nem precisava de dizer nada de especial pois eles faziam a festa, o que é muito bom e até melhora logo a nossa performance.
E onde sentes que “estás em casa” (em termos de público)
De todos os sítios que toquei até hoje, onde me sinto mais confiante com o público é em Abrantes, sem dúvida!!! A minha terra!
Quando inicias um processo de composição…o que é essencial para ti nessa altura? Qual a primeira coisa em que pensas?
O processo varia muito...Às vezes estou a aprender uma música ou simplesmente a tocar e do nada, surge-me uma ideia. Às vezes tenho a ideia de uma melodia na cabeça e tento começar, mas a algumas vezes não resulta em nada. Tento sempre começar com ter a melodia da música do inicio ao fim e só depois pensar na letra.
Outra surpresa, foi o nome artístico que adotaste. “Pedro Dirá”, quando toda a gente na região te conhecia como Pedro Rafael. Queres contar?
Pedro Dirá foi um pouco inesperado...Eu sabia que Pedro Rafael era um pouco comum. É mesmo o meu nome e existem muitos Pedro Rafael por aí. Por isso, sabia que tinha de ter um nome artístico diferente. O primeiro foi “PEET” mas depois descobri que já existia no Itunes, sendo assim, tive que mudar. Depois surgiu a ideia de “Dirá”, a partir de um amigo meu. Sinceramente no inicio não gostei muito, mas passado uns minutos, comecei a gostar do nome e na verdade tinha sentido. Porque nas músicas eu quero sempre transmitir algo às pessoas, ou contar uma história às pessoas, basicamente quero dizer algo a partir das minhas músicas. Daí então surgiu o Pedro Dirá!!!
Já falámos do Pedro Dirá….E o Pedro Rafael, quem é então (além de ser pai do Pedro Dirá)?
Sinceramente não sei bem responder a esta pergunta, acho que não há distinção entre os dois. O Pedro Rafael é o Pedro Dirá, apenas com um nome diferente mas não tão comum, mas obviamente que continuo a gostar do meu nome, já que está lá também o apelido do meu pai.
Lembras-te da primeira vez que a música despertou em ti?
Quando eu era mais novo não me lembro bem, mas recordo-me que a música sempre esteve sempre presente, mas que só começou realmente a despertar em mim quando tinha 15 anos...Estava eu a montar o som e as luzes da banda de baile do meu pai, olhava para cima do palco durante o concerto e sentia que queria estar lá em cima a tocar. aquele não era o estilo que gostava (nem lá perto), mas era a sensação de tocar, de fazer as pessoas se divertirem e depois comecei a ver outros concertos com outros olhos, comecei a treinar mais a guitarra e depois foi acontecendo…
“A culpa” foi então do teu pai, também ele ligado desde sempre à música?
Sim, a culpa basicamente é do meu pai (risos). Verdade seja dita, ele é que me levou por este caminho da música e ainda bem. Nem todos podem dizer que os pais os apoiam num caminho que é e sempre será incerto.
Qual foi a reação dele quando percebeu que o ditado “filho de peixe sabe nadar” era mesmo verdade?
(Risos)...Siceramente, não sei responder a isso muito bem. Acho que ele achou bastante piada e espero que orgulhoso por ver que o filho está a tentar começar a realizar um sonho, que acho que também era o dele, mas que por outros motivos ele nunca teve a oportunidade de fazer mais na música, e por isso, ele ajuda-me em tudo. Está sempre lá para o que eu precisar. Basicamente é o que significa ser pai, estar lá a apoiar, independentemente do que os filhos queiram seguir.
E a tua mãe? Como éque lida com dois homens músicos em casa?
Lida bem (risos). Nós lá em casa até não fazemos muito barulho. Somos muito sossegados, e por isso, acho que não tem problemas nenhuns connosco!
Antes de nascer o Pedro Dirá, decidiste fazer um curso de produção musical. Foi imprescindível para ti?
Foi importante porque lá aprendi muita coisa com os meus professores, que já andam nisto à muito anos e que nos ensinaram coisas que se passaram com os anos de experiência deles. Por exemplo o Cajó que é técnico de som dos Xutos e Pontapés desde sempre, o Francisco Rebelo produtor e baixista dos Orelha Negra entre muitas outras bandas conhecidas a nível nacional, Fernando Abrantes e mais alguns…por isso, acho que sim foi imprescindível.
E que importância acabou por ter este curso no teu trabalho?
Foi o curso que me deu as bases para eu poder fazer correctamente todos os processos que, fazer um CD Implica!
2017 aí está….E agora? Vamos ter o Pedro Dirá ao vivo este ano?
Espero que sim. É algo que eu gostaria muito de fazer!
A tua banda de suporte, vai ser a mesma que apresentaste na Gala Antena Livre & Jornal de Abrantes?
Alguns sim, mas provavelmente existirão algumas alterações como consequência da disponibilidade de cada um, mas espero que a maior parte sim. Foi uma banda com quem gostei muito de tocar na Gala Antena Livre & Jornal de Abrantes!!!
E que outros desafios tens para o Pedro Dirá?
O único desafio que tenho, em mente agora como Pedro Dirá, é a conclusão dos videoclips que estão para ser feitos e que espero que todos gostem. Outros desafios será levar a minha música até às rádios mais ouvidas em Portugal e depois logo se vê, um dia de cada vez e não pensar muito à frente.
Queres falar um pouco da história do Lyric Video do tema “Nunca me Esqueci” que fizeste em parceria com o Emerson Ferreira dos “Beleza”?
O Lyric Video foi complicado (risos). Tinhamos muitas ideias para fazer o video, mas nenhuma delas foi avante. Até que no dia anterior às gravações surgiu a ideia de fazer uma viagem...pelo meu quarto e acabar num sitio que foi especial e que por acaso tinha uma vista muito bonita (a partir do Castelo de Abrantes). Tentámos fazer algo simples mas com movimento e história. Por acaso resulta muito bem a minha parceria com Emerson Ferreira. Atualmente fazemos vários trabalhos em parceria quer para mim quer para os “Beleza”.
Paulo Delgado