Mais de 1.700 militares de cinco países da União Europeia (UE) vão estar envolvidos a partir de segunda-feira em Santa Margarida (Constância) no exercício Orion25, para certificação de uma força multinacional de reacção rápida comandada pelo Exército português.
A decorrer no Campo Militar de Santa Margarida (CMSM), no distrito de Santarém, o exercício Orion25 visa “exercitar a integração e a interoperabilidade entre as forças dos cinco países que participam no compromisso Battelgroup” (EUBG) da União Europeia, e que está em fase final de aprontamento para responder à “tipologia de operações mais exigente que lhe pode ser atribuída”, ou seja, preparada para assumir uma “operação de resposta a uma crise em ambiente não permissivo”, indicou à Lusa fonte oficial do Exército.
O Orion25, que se constitui como “o maior exercício da componente terrestre” da força multinacional europeia, vai envolver cerca de 1.700 militares dos cinco países - Portugal, França, Itália, Roménia e Espanha – de um total dos 2.200 militares que integram a força de reacção rápida, no âmbito do compromisso europeu.
A decorrer entre 05 e 16 de maio, em Santa Margarida e território envolvente, o exercício militar terá como cenário a região de Levonto, uma área geográfica fictícia situada a 6.000 km de distância de Bruxelas, não fazendo fronteira com nenhum país da União Europeia.
À Lusa, fonte oficial o Exército disse ainda que o exercício será conduzido em “áreas de interface” para operar, em simultâneo, junto dos cidadãos em centros urbanos, como seja na cidade de Ponte de Sor, no aeródromo local, na região do Domingão e na freguesia da Bemposta (Abrantes), e, ao mesmo tempo, “tirar o máximo partido do CMSM”, o campo de manobras do Exército e “área de excelência para treino de forças militares”.
Portugal, através da Brigada Mecanizada, vai assumir, pela primeira vez, o comando de um Battlegroup da União Europeia (EUBG), uma força multinacional de reação rápida pronta para responder a crises internacionais, momento considerado histórico pelo Exército, disse recentemente à Lusa o chefe de Estado Maior do Exército (CEME).
“É, de facto, o primeiro, e um reconhecimento internacional, segundo, o reconhecimento nacional também da nossa capacidade, mas mais importante ainda, para o Exército, é recuperar os saberes do escalão brigada”, disse o general Mendes Ferrão em Santa Margarida, no final de uma visita ao exercício Taurus, que esteve focado na vertente de comando e controlo do EUBG, que Portugal assume em julho, em primeira fase de prontidão, sendo a força comandada pelo Brigadeiro-General Luís Calmeiro, atual comandante da Brigada Mecanizada.
“Esta é uma força que é aprontada no âmbito da União Europeia (UE) e materializa um compromisso forte de Portugal, das Forças Armadas e do Exército, no reforço do pilar europeu militar de segurança e defesa e está à disposição da UE para o cumprimento das missões de estabilização e operações de resposta à crise, não é uma força para operações de combate”, notou.
A força é conjunta, integrando militares do Exército, Marinha e Força Aérea, e também combinada, porque integra contingentes de cinco países, servindo o CMSM como “centro de treinos e certificação de algumas das componentes” dessa força, sendo no exercício Orion testada a integração total das forças e meios do EUBG.
O Orion será centrado na componente terrestre mas integrará forças navais, aéreas e de operações especiais.
A 01 de julho de 2025 Portugal assume um nível de prontidão de 30 dias e, de 01 de janeiro de 2026 a 01 de julho de 2026, o nível de prontidão da força será de 05 a 10 dias com vista ao seu emprego em caso de necessidade.
No dia 15 de maio terá lugar, na Brigada Mecanizada, em Santa Margarida, uma exposição de capacidades e meios de todas as forças que integram o EUBG e um exercício tático com fogos reais empenhando os principais sistemas de armas das forças que participaram no Orion25.
Lusa