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Banda 800 Gondomar edita álbum de estreia “Linhas de Baixo” sobre noite no Porto

16/10/2017 às 00:00

 

A banda 800 Gondomar editou “Linhas de Baixo”, o álbum de estreia do trio de Rio Tinto, em Gondomar, que se baseia numa viagem por uma saída à noite no Porto, como explicaram à Lusa.

A banda de Rui Fonseca (bateria e voz), Alô Farooq (baixo) e Frederico Ferreira (guitarra e voz) já tinha gravado dois EP, sendo agora lançados pela editora Cão da Garagem, numa edição física limitada em CD e cassete, além de várias plataformas digitais.

Ao longo de 14 faixas, que foram gravadas nos Estúdios Adega, em Caíde, a “primeira vez que qualquer um da banda trabalhou num estúdio”, o trio relata os acontecimentos de uma noite passada pela baixa portuense num “disco honesto” que representa bem “o sentimento, o que a banda é e quer explorar e a fase da carreira” que atravessam, explicou à Lusa Rui Fonseca.

“O álbum, no geral, tem um imaginário bastante melancólico e triste. Isso vem de experiências por que fomos passando ao longo da composição, mas incide muito nesta questão do Porto, que é onde fazemos a nossa vida”, apontou Alô Farooq, de 22 anos.

Para Rui Fonseca, músicas como “Cordoaria” ou “Cedofeita” refletem a realidade que viveram no Porto, como “levar uma coça no jardim da Cordoaria ou a caminhada até ao autocarro no final da noite e a solidão que se sente”.

“Há noites em que fazias um álbum de 50 faixas e não conseguias contar a história toda. Estamos a explorar não uma noite em particular, mas todos estes sentimentos que nos vão surgindo”, acrescenta o baterista, de 21 anos.

A noção de viagem reflete-se nos dois temas que fecham o disco, uma “conclusão de um ciclo” no final de uma saída que dá lugar a temas “mais calmos, introspetivos”, que começa com “Argélia”, canção que espelha “um momento psicadélico com a mente noutro lugar, explorando uma sensação de calor” e também o “desejo” e “arrependimento estéril”, e termina em “Cedofeita”.

O tema da gentrificação “não é o foco do álbum”, mas está presente em várias faixas, especialmente em “Cru”, onde o grupo de garage rock e punk descreve um caso de exploração de um trabalhador no setor turístico.

“Falamos sobre o que somos, e eu sinto que é um tema que ainda vamos explorar mais no futuro”, revelou Rui Fonseca, que conta começar a trabalhar num segundo disco em janeiro.

Ao todo, foram lançados dois ‘singles’ do trabalho, “Sou Cidadão” e “Sacrilégio”, e a banda gondomarense vai promover o álbum em vários concertos, começando na passada sexta-feira no Maus Hábitos, no Porto, além de uma atuação em Lisboa, na Galeria Zé dos Bois, a 20 de outubro, bem como “vários concertos principalmente no Norte do país” nos próximos meses.

Em ambas as atuações, estarão ainda presentes Vaiapraia e as Rainha do Baile e a ‘rapper’ italiana Myss Keta.

Frederico, Alô e Rui vão ainda participar numa digressão europeia conjunta com a banda portuense The Sunflowers, que atravessa a Europa “de carrinha, até à Dinamarca e à Suécia”.

“O destino mais longínquo é Malmo (Suécia), mas passamos também por Itália, França, Suíça ou Holanda. São 30 a 40 datas”, explicou Rui Fonseca, que espera ganhar “traquejo” nas atuações ao vivo e “valorização do trabalho no regresso a Portugal”.

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