O músico norte-americano Bob Dylan edita esta sexta-feira “Rough and Rowdy Ways”, um novo álbum de originais, o primeiro desde que foi distinguido com o Nobel da Literatura em 2016.
“Rough and Rowdy Ways”, que a revista Rolling Stone resumiu como “um clássico absoluto” apresenta dez novas canções que cobrem o “complexo território” habitual de Bob Dylan, que inclui humor, blues, reflexões sobre a passagem do tempo, ardor patriótico, enumerou o jornal New York Times.
Este é o 39.º álbum da discografia do músico de 79 anos, mas é também o primeiro com temas inéditos em oito anos, desde que lançou “Tempest”, em 2012, e foi distinguido com o Prémio Nobel da Literatura, quatro anos mais tarde.
Pelo meio, lançou outros registos discográficos de versões, como "Shadows in the Night", de 2016, o triplo álbum “Triplicate”, do ano seguinte.
Sabe-se agora que “Rough and Rowdy Ways” encerra com o longo tema “Murder Most Foul”, que Bob Dylan divulgou em março passado, já em plena pandemia covid-19, e que é uma reflexão sobre o assassinato do presidente norte-americano John F. Kennedy.
Na altura, Bob Dylan cancelou os concertos que tinha previstos para a primavera, no Japão, tendo editado nas semanas seguintes os temas “False Prophet” e “I contain multitudes”, na qual faz referência a Anne Frank, Indiana Jones e aos Rolling Stones.
Numa rara entrevista na semana passada ao jornal New York Times, e a propósito de “I contain multitudes”, Bob Dylan explicava que grande das músicas lhe surgem numa espécie de estado de transe.
“As canções parecem saber o que são e sabem que eu as consigo cantar, vocalmente e liricamente. Elas escrevem-se a si próprias e contam comigo para cantá-las”, disse.
Foi na mesma entrevista ao New York Times, que Bob Dylan lamentou a morte de George Floyd, um afro-americano que morreu em 25 de maio, asfixiado por um polícia branco.
Bob Dylan mostrou-se ainda pessimista sobre o futuro do mundo e as consequências da pandemia de covid-19.
"Uma arrogância extrema pode levar a efeitos desastrosos. Talvez estejamos à beira da aniquilação", destacou, deixando de lado qualquer noção de aviso "bíblico".
Lusa