É já esta quinta-feira, que o Festival Bons Sons volta a ocupar a aldeia de Cem Soldos, no concelho de Tomar.
De 12 a 15 de agosto as ruas transformam-se em palcos numa edição que tem por lema “habitar a rua”.
Na 11.ª edição, o Bons Sons “entra num novo ciclo, com um conceito que tem muito a ver com resgatar a rua, em linha com o manifesto escrito em 2019” e que, segundo o diretor artístico do festival, Miguel Atalaia, traduz aquilo que a organização, o Sport Clube Operário de Cem Soldos, considera “determinante para as aldeias, para o território, para a cultura e para esta lógica de que sejam as pessoas a responsabilizar-se por fazer”.
Em Cem Soldos, no concelho de Tomar, no distrito de Santarém, essa é a tónica do festival que há 15 anos, em meados de agosto, transforma toda a aldeia num recinto festivaleiro, convidando o público a viver a aldeia onde todos os habitantes participam na realização do Bons Sons.
Na edição deste ano o festival perde dois palcos, e parte dos concertos “passam mesmo para o chão da rua, acontecendo em sítios inusitados e diferentes”, disse à agência Lusa Miguel Atalaia, vincando que com isto se conseguirá “uma vivência ainda mais próxima entre artistas e público”, ao longo dos quatro dias de festival marcado “pela proximidade, pela cumplicidade e em que quem faz a festa são todos”.
O conceito materializa-se em duas correntes de programação, “uma muito ligada às arruadas e à música de rua, e outra programada pela Música Portuguesa a Gostar Dela Própria (MPAGDP)”, que resultará em três concertos diários a acontecer nas ruas de Cem Soldos.
De entre as propostas que irão acontecer nas ruas destaque para Omiri, um projeto a solo do músico multinstrumentista Vasco Ribeiro Casais que, para o Bons Sons, se propôs “ouvir, aprender, filmar e recolher os testemunhos de quem faz a aldeia de Cem Soldos”, num processo localizado de recolha que servirá de base à improvisação musical que a organização garante que resultará “num concerto singular”.
Pelas ruas atuarão ainda Porbatuka Almada, Grupo de Gaitas da Golegã e Cantadeiras do Vale do Neiva.
A música que passa para o chão da rua deixa livres dois palcos, junto à igreja da aldeia, onde o palco Amália passa este ano a ser “a casa sem teto”, onde pela primeira vez vai estar patente “uma exposição de tributo à comunidade”, através de um mostra de fotografias “que vão ser captadas no pré-festival, quando toda a aldeia se transforma num autêntico estaleiro, a que se junta um conjunto de entrevistas feitas a pessoas da comunidade, pelo coletivo Onda Amarela”, explicou o diretor artístico.
No que toca ao cartaz desta edição, apresentado hoje à comunicação social, ao palco Lopes Graça subirão este ano Acácia Maior, Marta Ren, Cassete Pirata, Cabrita, Terra Livre, Sebastião Antunes & Quadrilha e Lena d'Água.
Rui Reininho, Aldina Duarte, André Júlio Turquesa, B Fachada, Siricaia, Rita Vian e André Henriques vão apresentar-se no palco Zeca Afonso e, no palco Variações, as propostas são Motherflutters, GROGNation, David Bruno, Pluto, Criatura & O Coro dos Anjos, 5.ª Punkada e Bateu Matou.
O palco Giacometti – Inatel recebe nesta edição Cancro, Niki Moss, Bia Maria, Sunflowers, A Garota Não, Fado Bicha, Maria Reis e a banda vencedora do Festival Termómetro (ainda a anunciar).
José Pinhal Post-Mortem Experience, DJ A Boy Named Sue, Neon Soho, António Bandeiras e DJ Kitten animam o palco Aguardela, onde no domingo decorrerá a festa de encerramento com Riva e convidados.
No palco Carlos Paredes, o cartaz conta com Manel Ferreira, Violeta Azevedo, Fernando Mota, FOLE, enquanto a MPAGP leva às ruas Peixinhos da Horta, Toy e Emanuel, João Francisco e Mazela.