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Fique a conhecer um pouco do novo álbum de Ana Laíns "Portucalis", que tem edição marcada para 3 de Novembro

13/10/2017 às 00:00

Este disco é dedicado a todos que gostam de pessoas!
Este disco é dedicado a todos que gostam de ser pessoas do seu país!
Este disco é dedicado a todos que compreendem que a Vida é uma Missão!
E que desta Missão faz parte o lugar onde nascemos!
Portucalis é o país dos meus sonhos.
É o país que existe entre margens.
Existe entre as margens das minhas dualidades.
Mas ser dual é existir.
Ninguém “É” totalmente.
Todos “SOMOS” parcialmente.
Se não em permanência... em muitos momentos das nossas Vidas!
Porque todos “EXISTIMOS” tal qual moedas ou folhas de papel, com cara e coroa, com frente e verso.
O Escritor e Poeta Mia Couto, escreveu o poema “Identidade” em 1977, que escancara sem rodeios a sua Dualidade:
“ Existo onde me desconheço,
aguardando pelo meu passado,
ansiando a esperança do futuro.
No Mundo que combato, morro.
No Mundo por que luto, vivo. “
Ser dual é viver permanentemente entre a realidade social e o sonho do estado puro da nossa Natureza.
“Preciso ser outro para ser eu mesmo”
Mia Couto no mesmo poema “Identidade”.
Ser dual é viver a incerteza de uma decisão.
Ser dual é calar a boca à verdade em prol de uma mentira reconfortante.
Ser dual é sorrir ao Mundo dos outros, enquanto grita e chora o nosso Mundo interior.
Ser dual é viver na linha que separa as expectativas do Mundo sobre nós e quem somos realmente.
Por isso existe a Arte!
Porque é na Arte que procuramos (e encontramos muitas vezes) o conforto na nossa verdade pessoal (e colectiva).
O Artista é um canalizador de “Verdades”.
E o Poeta é um fingidor.
E assim o é o Cantor.
Neste disco pretendo revelar todas as minhas verdades, e ir de encontro às Verdades dos Outros.
Preciso de ser fadista e não ser.
Preciso de viver em pleno o meu amor a este país, que é, concomitantemente, a minha maior Paixão e Desalento. O brilho nos meus olhos e as minhas lágrimas.
O Espelho onde vejo reflectidos todos os meus sonhos e desejos.
Numa Era de subversão de valores, prioridades, e de profunda artificialidade, eu quero ser uma portuguesa “missionária”, que encara a sua carreira como “Missão”.
Porque “Deus” me atribuiu a “Condição” de nascer aqui!
Porque me sinto em constante contra-ciclo.
Porque esta “Missão” me mata e renova todos os dias.
E é aqui que reside toda a minha dualidade!
 
Falta cumprir-se Portugal.
Este é o meu pequenino (mas genuíno) contributo.
Portucalis é o país (e o disco) onde me encontro, onde me equilibro, onde sorrio e sou feliz!
Sejam muito bem-vindos!
                                                                                                 
   
 Ana Laíns

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