O músico português Luís Fernandes vai editar, no dia 26 de julho, o álbum “Demora”, o primeiro em nome próprio, já com outro disco em vista até ao final do ano, como o próprio disse à Lusa.
A editar pela australiana Room40, que lançou em 2018 a colaboração entre Joana Gama e Luís Fernandes com o título “At The Still Point Of The Turning World”, “Demora” “decorre do processo natural de trabalho” do também membro de peixe:avião.
“Quase diariamente vou para o estúdio, para o sintetizador e componho muita música. Gravo praticamente tudo. Vou acumulando muito material que me ajuda em vários projetos que tenho. Numa dessas sessões – em dezembro - houve quase um ‘take’ completo, inteiro, de que gostei imenso. Achei que tinha uma coerência e uma narrativa interessante quase de forma orgânica”, explicou o músico, também diretor artístico do gnration e do festival Semibreve.
“Demora” é um título “ambivalente”, disse Luís Fernandes, “porque por um lado acaba por refletir diferentes coisas, uma demora até lançar algo” em nome próprio, mas também porque o sintetizador modular da Roland usado para criar a música se chama precisamente Demora.
Depois do ‘take’ inicial, houve um “esculpir e limar bastante leve”, sem intervenção de maior sobre o material base, para permitir a edição em disco.
Questionado sobre o porquê de partir um registo completo em cinco faixas, como é o caso de “Demora”, Luís Fernandes é claro: “Não [podia] ter uma faixa de 40 minutos porque seria muito longo para o iTunes, para o Spotify, por exemplo. O disco, para quem o ouvir, é contínuo, não há intervalo entre as faixas. É um bloco contínuo de música. A divisão foi para delimitar cinco momentos no disco que pudessem funcionar de forma independente, apesar de, na minha opinião, poder funcionar de forma continua e interligada”.
Luís Fernandes assina “Demora” em nome próprio, depois de ter já gravado como Astroboy e Landforms. A decisão foi “natural”.
“Sendo um pouco mais maduro, não vejo problema em assumir o meu nome de nascença. Acho que quando era mais novo tinha aquela tendência para disfarçar o nome. Este é o que tenho e com este nunca me vou fartar”, disse à Lusa.
O artista reconheceu ter gravado mais material, que planeia lançar até ao final do ano, desta feita pela portuguesa Holuzam.
“Demora”, com fotografias de Eduardo Brito e textos de André Santos, é lançado no dia 26 de julho.
Lusa