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Orquestra Clássica toca pela primeira vez com a Orquestra Metropolitana de Lisboa

30/11/2017 às 00:00

A Orquestra Clássica da Metropolitana, composta por alunos da Escola Profissional de Música daquela instituição, toca pela primeira vez com a Orquestra Metropolitana na sexta-feira, em Lisboa.

O concerto evidencia a faceta pedagógica da Metropolitana, realçou à agência Lusa o maestro Pedro Amaral, diretor artístico da orquestra e responsável pela direção do concerto.

Segundo Pedro Amaral, a Orquestra Clássica, que existe desde o ano letivo 2012/13, tem sido dirigida pelo maestro Reinaldo Guerreiro e “chegou a um ponto de excelência, que foi possível, agora, pela primeira vez, fazer um projeto sinfónico, juntando-a à Orquestra Metropolitana de Lisboa”.

A Orquestra Clássica da Metropolitana, com músicos entre os 14 e os 20 anos, toca com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, constituída apenas por músicos profissionais, na sexta-feira e no sábado, às 21:00, no Teatro Thalia.

O programa do concerto, intitulado “Retratos da Dor”, é constituído pela peça “Six Portraits of Pain”, de António Pinho Vargas, e pela Sinfonia n.º 1, de Anton Bruckner, sendo solista o violoncelista Pavel Gomziakov, artista associado da atual temporada da Metropolitana.

Os dois concertos vão ser gravados com vista a uma edição discográfica futura, no âmbito de uma parceria da Metropolitana com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

“A Orquestra Clássica é a da Escola Profissional, que junta os alunos do 10.º, 11.º e 12.º anos, e neste ano letivo inclui já os do 7.º ano, e é um instrumento pedagógico”, disse Pedro Amaral, assinalando que o agrupamento “evoluiu muito nos últimos três anos, como um elevado nível nas cordas, que já se registava nos sopros”.

“Nós somos uma orquestra e três escolas, e do ponto de vista académico estamos virados para música de conjunto, os alunos aprendem além da vertente instrumental, têm uma aprendizagem de tocar em conjunto, não formamos solistas, mas músicos que querem tocar em orquestra, e por outro lado, juntamos a orquestra dos alunos com a dos professores e é até comovente ver tocar o professor e o aluno lado a lado”, disse Pedro Amaral.

Referindo-se a Pavel Gomziakov, o maestro Pedro Amaral afirmou que “a experiência é excelente”.

“Eu tenho um enorme gosto em fazer música com ele. O Pavel Gomziakov é um grande solista internacional, trabalhou muito com [a pianista] Maria João Pires, aprendeu muito, certamente, com ela naquele equilíbrio e naquela alquimia difícil e maravilhosa que é entre o rigor e a imaginação, entre o rigor e as asas, ele captou muito isso”, afirmou o maestro.

Pavel Gomziakov “está a utilizar um violoncelo que tocou aos olhos de [Ludwig van] Beethoven, que estreou o triplo concerto para violoncelo, violino e piano, diante dos olhos de Beethoven”, em Viena em 1808, “um instrumento maravilhoso, que tem uma acústica especialíssima, com um som de ouro” e que classificou como “um picante adicional”.

Quanto ao programa do concerto de sexta-feira e sábado, Amaral referiu a peça de Pinho Vargas como “uma obra maior da contemporaneidade” que faz parte do repertório da Metropolitana, e que aborda “com a mesma excelência e cuidado técnico” com que aborda uma sinfonia de Mozart ou de Bruckner.

Quanto à versão original da sinfonia de Bruckner, Pedro Amaral afirmou que é “uma obra maior do reportório sinfónico internacional”, defendendo que existe “uma alquimia estética subterrânea de uma obra para a outra”, sendo a dor um dos seus “pontos subterrâneos”.

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