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Rodrigo Leão, "um autodiadata" há 25 anos a "procurar melodias e harmonias”

7/12/2017 às 00:00

O músico e compositor Rodrigo Leão, a preparar a celebração dos 25 anos de carreira, em 2018, afirma-se como “um autodidata” e que está “sempre a procurar melodias e harmonias”.

Rodrigo Leão falava à agência Lusa a propósito da efeméride que vai ser assinalada ao longo do próximo ano, e cuja primeira etapa é uma exposição retrospetiva, a inaugurar na quinta-feira, no espaço AtmosferaM., na rua Castilho, em Lisboa.

“Sinto-me como há 25 anos, a tentar procurar melodias, harmonias, às vezes com grande sofrimento, pois nem sempre aparece a inspiração”, disse o compositor à Lusa, referindo também o “importante trabalho” da equipa de produção e dos músicos com quem trabalha - os músicos, com quem se sente mais perto, e os amigos “são muito importantes para o trabalho final”, acrescentou.

Sobre a exposição que é inaugurada na quinta-feira, Rodrigo Leão disse que “tem cartazes, fotografias, muitas delas inéditas, todos os discos editados, e uns desenhos” de sua autoria, feitos a caneta de tinta-da-china e alguns com lápis de cor, uma faceta muito pessoal só conhecida “dos amigos mais próximos e familiares”.

Rodrigo Leão, que completou 53 anos em outubro último, revelou que só começou a desenhar há cerca de cinco anos, e referiu-se aos 12 desenhos que vai apresentar pela primeira vez ao público como “muito simples”, mas que achou “que fazia algum sentido” mostrar neste momento.

Esta exposição será apresentada, posteriormente, em alguns teatros onde projeta atuar, adiantou.

Quanto a perspetivas, pretende, “para já, terminar o projeto" que teve com o compositor e cantor Scott Matthew, e que se materializou no CD “Life Is Long”. Os dois vão voltar a apresentar-se juntos, em março próximo, nomeadamente em Lisboa e no Porto.

“Depois tocaremos só em ocasiões muito especiais, porque ele está a preparar um novo trabalho e eu também", disse o compositor e autor da banda sonora do filme “O Mordomo”, de Lee Daniels, entre outras obras.

Outro projeto, é retomar “Os Portugueses”, a banda sonora para a série televisiva documental “Portugal, um Retrato Social” (2007), de Joana Pontes e António Barreto.

A ideia, adiantou à Lusa, é apresentar, “a partir de junho”, uma produção de palco “refeita e retrabalhada”, com novos arranjos desta banda sonora.

Está também prevista uma edição discográfica restaurada d'“Os Portugueses”, com "material adicional”.

Outro projeto do compositor, “com uma formação mais pequena”, no qual vai apresentar as novas composições, intitula-se “Instrumental – O Ensaio”, que se iniciará em abril e que, em palco, prevê uma forte componente de projeções vídeo.

As novas composições deste projeto, serão gravadas num CD que sairá em finais do próximo ano.

A comemoração dos 25 anos de carreira de Rodrigo Leão desenrola-se sob o título genérico “O Aniversário”, e inclui a edição de um duplo CD - um CD só com música instrumental e o outro com as canções.

“O Aniversário” será também um espetáculo, com uma produção de palco “dirigida ao grande público, que percorrerá todo o seu repertório, contando com “uma formação alargada a dez músicos, que inclui baixo e bateria”, e apresentará, pela primeira vez juntas, em palco, as cantoras Ana Vieira e Selma Uamusse, que regularmente têm gravado com o compositor.

Rodrigo Leão celebra 25 anos de carreira a solo, desde a edição do álbum “Ave Mundi Luminar” (2007), e uma das suas vontades é fazer mais música para teatro.

Em relação a bandas sonoras para filmes, disse à Lusa que “há uns pedidos”, mas não quer estar “muito preso" a trabalhar só para cinema.

Vinte e cinco anos volvidos, o cenário nacional é, para o músico, “muito melhor, na atualidade, com salas com muito melhores condições e mais bem equipadas, além de mais salas, e menos preconceitos do público relativamente à música portuguesa, e muitos mais grupos e criação musical”, do que quando começou, quando fazia parte dos Madredeus e dos Sétima Legião.

Rodrigo Leão antecipou à Lusa que conta “regravar” um tema de cada uma das formações onde se deu conhecer ao grande público.

“Quero continuar a fazer música, a compor de forma intuitiva”. Ao longo destes 25 anos, “tive influências muito diferentes desde a música clássica ao tango e à pop britânica”.

 

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