As músicas de Neil Young vão ser removidas do Spotify, depois do artista ter protestado contra a reprodução de ‘podcasts’ polémicos na plataforma de ‘streaming’, acusando-a de desinformação sobre a covid-19, foi anunciado na quarta-feira.
Em comunicado, o Spotify disse que lamentava a decisão de Neil Young, esperando “recebê-lo de volta em breve”.
Não ficou claro quando a sua música será retirada do serviço. Pelas 00:15 de hoje, a agência Lusa constatou que as músicas do compositor canadiano ainda estavam disponíveis no Spotify.
Neil Young pediu na segunda-feira publicamente ao seu empresário e à sua gravadora que removessem a sua música do serviço de ‘streaming’, onde tem mais de seis milhões de ouvintes mensais, segundo a sua página inicial do Spotify.
“Estou a fazer isto porque o Spotify está a propagar informações falsas sobre vacinas – potencialmente a provocar a morte daqueles que acreditam na desinformação que estão a disseminar”, escreveu na terça-feira o lendário cantor de ‘Heart of Gold’ e ‘Harvest Moon’ em comunicado.
No texto, o artista, de 76 anos, pediu que todas as suas músicas fossem retiradas “hoje [terça-feira]”, por causa dos polémicos ‘podcasts’ de Joe Rogan.
“Eles [Spotify] têm Rogan ou Young. Não os dois”, acrescentou o artista, cujo último álbum, “Barn”, foi lançado no final de 2021.
O ‘podcast’ de Joe Rogan (“The Joe Rogan Experience”) acumula milhões de reproduções – o comediante assinou um contrato de cerca de 100 milhões de dólares (cerca de 88 milhões de euros) com o Spotify na 2021 –, mas é acusado de ser um veículo que vende teorias da conspiração e desinformação, especialmente sobre a covid-19.
O também especialista em artes marciais é acusado de ter desencorajado a vacinação entre os jovens e de ter pressionado pelo uso de um tratamento não autorizado – Ivermectina – contra o vírus.
Em dezembro, 270 médicos e professores assinaram uma carta aberta ao Spotify a pedir que fizesse mais para combater a desinformação, “um problema social de proporções devastadoras”.
Neil Young já havia retirado grande parte do seu repertório musical do Spotify em 2015, citando problemas de qualidade de som. Mas mudou de ideias, dizendo que era ali “que as pessoas ouviam música”.
O músico tem o seu próprio arquivo ‘online’, onde os fãs podem assinar todas as suas músicas.
Lusa