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Médio Tejo: Bibliotecas públicas criaram rede e organizaram primeiro encontro em Constância (c/áudio)

15/10/2024 às 09:28

Um dia inteiro a “Afirmar as Bibliotecas Públicas do Médio Tejo nos 50 anos do 25 de Abril”. Foi um desafio da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo às bibliotecas públicas dos seus 11 concelhos. E foi isso que aconteceu na sexta-feira, dia 11 de outubro, no cineteatro de Constância, que se situa ao lado da Biblioteca Alexandre O’neill. Ainda para mais quando se comemora os 500 anos do nascimento de Camões e se assinala o centenário de O’neill.

E foi pelo caminho da escrita, das leituras que foi Sandra Dias, da Direção-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. Num olhar sobre o encontro do Médio Tejo Sandra Dias vincou outra data histórica: “Os 50 anos do 25 de abril.” A responsável lembrou que a Rede Nacional das Bibliotecas Públicas tem mais de 450 equipamentos e fez recentemente 37 anos. E deixou claro que as “bibliotecas garantem acesso ao conhecimento, ao debate e à informação. A biblioteca é o espaço privilegiado da democracia.”

Sandra Dias traçou ainda um olhar sobre o futuro, para “onde queremos ir?” E na resposta deixou ainda outra ideia, de que a biblioteca tem vida, não é um espaço fechado, de silêncio. “As Bibliotecas são cultura, mas também são economia e ambiente.”

 

Sandra Dias

A ministra da Cultura não esteve presente, mas fez-se representar por Luís Santos, que começou por destacar o planeamento cuidado deste primeiro encontro. Ou seja, a ligação do Encontro ao aniversário do nascimento de Camões. E fez questão de referir que no mês de setembro, Dalila Rodrigues, esteve em Constância para visitar a Casa-Memória de Camões, o Jardim-Horto de Camões e a biblioteca Alexandre O'neill.

Luís Santos, fez questão de ligar os livros à sociedade democrática quando afirmou “sem o livro e a leitura não teremos democracia e não teremos liberdade.”

O representante de Dalila Rodrigues Novas deixou ainda claro que as “novas plataformas são perigosas para a saúde mental dos cidadãos.”

Depois enunciou algumas das medidas para a cultura apresentadas em Conselho de Ministros na semana passada. Entre as diversas medidas está o reforço das coleções das bibliotecas da rede pública e ainda reforçar a presença dos autores portugueses na sociedade.

 

Luís Santos

Helena Roxo, vice-presidente do Município de Constância, como anfitriã saudou os participantes no encontro e vincou os 50 anos de Abril no papel das bibliotecas no pensamento livre. “As bibliotecas são mais que um depósito de informação.”

Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal de Sardoal e o responsável pela cultura na estrutura da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, começou por dizer que há um inimigo das bibliotecas que é o tempo. “Não o tempo que faz lá fora [sol ou chuva], mas o tempo que temos para estas coisas.” E frisou ainda que, modo geral, na cultura muitas vezes vamos ver os autores ou espetáculos mais mediáticos. “Mas temos tempo para ver os outros. Aí está o vosso [bibliotecas] papel na promoção de cultura.”

 

Miguel Borges

Graça Asseiceira, da Biblioteca de Alcanena apresentou o Fala - Encontro Literário de Alcanena, que ocorrerá de 12 a 15 junho de 2025. 

Já Nuno Ferreira, da Biblioteca de Constância apresentou o projeto “Sorrisos entre as letras” presente nas três freguesias do concelho.

Patrícia Fonseca, diretora do Mediotejo.net abordou o tem “Literacias, desinformação e responsabilidade. Qual é o nosso papel?”

Os outros painéis abordaram os “50 anos de Abril: os bibliotecários nos territórios – afirmar a liberdade e garantir a qualidade”; “Quem lê e quem não lê. O que é que isso importa?”; e “Bibliotecas, barómetros de civilização. Quando o poder local investe na democracia”.

Com este primeiro encontro, a rede de bibliotecas do Médio Tejo tem como objetivo destacar a centralidade das Bibliotecas Públicas como alicerces ao acesso à informação e ao conhecimento, ao pensamento plural, à participação informada e ao incremento do espírito crítico e das literacias.

Jorge Simões, secretário executivo da CIMT, explicou os objetivos deste trabalho em rede no território. Acaba por ser algo natural, como já acontece noutros setores, como os museus.

Jorge Simões 

A realização deste primeiro encontro da rede de bibliotecas é também uma oportunidade para dar a conhecer os equipamentos, serviços e projetos de referência local com impacto regional e nacional.

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