O Presidente da República defendeu hoje que o “25 de Abril não é uma festa pela festa”, mas sim “um apelo, em liberdade e democracia, a resolver os problemas do momento”, que são a saúde, economia e sociedade.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas depois de ter estado a distribuir refeições, juntamente com a Marinha e o Exército, sobretudo a pessoas em situações de sem-abrigo, frente à estação de Santa Apolónia, Lisboa, uma iniciativa à qual se juntou já depois da sessão solene do 25 de Abril, que decorreu esta manhã no parlamento.
“O 25 de Abril não é uma festa pela festa. O 25 de Abril é um apelo, em liberdade e democracia, a resolver os problemas do momento. Neste momento os problemas são saúde, economia e sociedade”, defendeu, referindo-se à crise pandémica da covid-19 e as suas consequências.
Esperando que o problema sanitário “não dure anos”, o Presidente da República admitiu que as consequências na economia e sociedade vão durar anos, uma vez que a sua solução “não é de um momento para o outro”.
Questionado sobre se teme que o país mergulhe num clima de austeridade, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que todos percebem que o “o mundo vai passar um período difícil”.
“E nós não vivemos fora do mundo. Nós vivemos na Europa e vivemos no mundo”, referiu, dando conta que “os países riquíssimos da Europa” e as “grandes superpotências” estão a passar e vão passar “um período difícil”.
O Presidente da República deu como exemplo o número dos desempregados nos Estados Unidos, que já vai em 27 milhões devido a esta crise, e “as dificuldades de arranque da economia na República Popular da China”.
“Se isso se passa com grandes potências, é óbvio que também é um problema que tem a ver com Portugal. Nós não podemos negar isso”, assumiu.
Sobre se depois deste ano há possibilidade de reinventar as celebrações do Dia da Liberdade, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “cada ano é um ano”.
“Quem é que nos diria há um mês, há dois meses, há três meses que estaríamos a enfrentar esta pandemia? Ninguém. Agora, uma vez que existe, temos de a enfrentar”, defendeu, esperando que para o ano “não haja nada de parecido”.
Lusa