João Salvador Fernandes, Rui Mesquita e Rui Santos
“Hoje, formalmente, damos arranque à nossa campanha eleitoral. Entendemos que era o momento certo e a marca que nós queríamos ter nestes dias que faltam até ao dia 1 de outubro, dia das eleições”, foi assim que Rui Santos, presidente da Comissão Politica do PSD, iniciou o seu discurso na abertura da sede de campanha do partido.
A abertura da sede de campanha aconteceu na quinta-feira, dia 17 de agosto, e contou com os vários candidatos aos diferentes órgãos autárquicos, militantes do partido e apoiantes da candidatura “Abrantes Viva”.
O momento foi dedicado ao tema dos incêndios florestais, num dia em que as chamas lavravam nos concelhos de Abrantes, Sardoal e Mação.
Rui Mesquita, candidato pelo PSD à Câmara Municipal de Abrantes, apresentou um conjunto de propostas, mas também deixou críticas ao executivo camarário de maioria PS.
“Há situações que superam o humanamente possível, e garanto-vos que nunca exigiremos que se faça o impossível, mas é possível minorar os efeitos dos incêndios. E à medida que íamos acompanhando as notícias, fomo-nos apercebendo de que nem tudo, dentro do possível, foi feito para minorar esta situação. E isso implica responsabilidades políticas por parte da Autarquia”, referiu o candidato do PSD.
“Não é admissível que as bocas-de-incêndio no Souto estivessem inoperacionais; Não é admissível que não existam bocas-de-incêndio no Alto da Chainça ou em Abrançalha; Não é admissível que os pontos de abastecimento dos bombeiros não se auto-abasteçam, podendo estar vazios quando os bombeiros deles mais necessitam; Não é admissível que, em muitas zonas, os bombeiros não tivessem um local para dormir ou quem lhes fizesse chegar comida; Não é admissível que as estradas e as bermas, mesmo depois da tragédia, continuem por limpar; Não é admissível que o regulamento da Câmara, indo contra a lei, indique que os serviços camarários só podem actuar, no que diz respeito à limpeza de terrenos, se houver uma denúncia”, enumerou Rui Mesquita.
De seguida, o candidato deixou várias propostas que vão integrar o programa eleitoral do PSD à Câmara: “Estabeleceremos mais piquetes de intervenção rápida permanente, posicionados nas áreas de maior incidência de incêndios; O Município tem uma máquina de rasto, com uma área florestal enorme. Não chega! Vamos adquirir mais duas máquinas de rasto para o Município; Se o Estado acabou com os guardas-florestais, nós criaremos um corpo de guardas-florestais municipais, reveremos os regulamentos municipais e reforçaremos a fiscalização; Daremos o exemplo e limparemos o que nos cabe limpar”.
“Reforçaremos o apoio à formação dos bombeiros voluntários e dobraremos o apoio mensal da Câmara, que é, actualmente, de 45 mil euros; Reveremos o protocolo de cooperação, de modo a incluir a manutenção e substituição dos veículos cedidos pela Câmara à Associação de Bombeiros; Ajudaremos a Associação de Bombeiros a recrutar profissionais; Garantiremos que todas as bocas-de-incêndio funcionam e que dezenas de tanques, motobombas e mangueiras sejam distribuídos pelas aldeias do Município”, continuou Rui Mesquita.
Em resposta à Antena Livre, o candidato social-democrata reforçou que o trabalho de prevenção ao longo dos últimos 8 anos foi caracterizado pela “inépcia, pela incúria, pelo desleixo e talvez por não conhecimento de quem está no poder autárquico”.
Por sua vez, Rui Santos falou em “responsabilidade política”, dando conta que “é evidente que há coisas que a Autarquia deveria ter feito e não fez ao longo destes anos e não estamos a falar só nos últimos 4 anos, podemos falar nos últimos 12 anos”.
Aos presentes, os responsáveis referiram que a campanha do PSD “vai ser de contacto direto com as pessoas. É isso que nós, a partir de hoje, vamos fazer - uma campanha de porta a porta”.
“Esta sede não serve só para nós fazermos as nossas reuniões, serve também para que a população possa vir aqui trazer ideias, e por isso ainda não fechamos o nosso programa”, salientou Rui Santos.
Este sábado, às 18h00, o PSD dá a conhecer a lista à União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede num espaço de cafetaria junto ao castelo da cidade.