Hoje, na reunião de Câmara, Armindo Silveira, vereador do Bloco de Esquerda, quis saber qual é o ponto de situação da intervenção prevista no açude insuflável de Abrantes.
Numa pergunta dirigida ao executivo camarário, Armindo Silveira perguntou se a “estrutura tem danos estruturais?” e justificou a questão referindo que “na fase do concurso [público] da adjudicação da obra concorreram, salvo erro, três empresas e houve duas que desistiram, porque discordaram da distância entre os vaus [do açude]. Não queriam assumir a responsabilidade de construir a comportas insufláveis com aquela distância”.
“Como se manteve o mesmo figurino (…) aquelas duas empresas declinaram e saíram [do concurso público]. A única que construiu, ficou escrito, que construía, mas que não iria assumia nem a manutenção, nem a responsabilidade de qualquer situação que viesse a ocorrer no futuro. Esta empresa já não presta serviço nesta área (…). Portanto, deixo a questão: “será que o açude não tem danos estruturais?”, reforçou o vereador.
Em resposta, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal, afirmou que o “açude não tem nenhum problema estrutural. Tem um conjunto de circunstâncias que têm de ser neste momento revistas nomeadamente porque está em baixo há muito tempo”.
“Há uma comporta que foi efetivamente vandalizada e que tem um problema que é necessário corrigir. E a outra comporta tem um problema que também decorre deste período de tempo que teve sem utilização e, portanto, tem de vir a ser melhorada”, acrescentou a presidente.
Maria do Céu Albuquerque lembrou ainda que o açude vai levar uma nova ensecadeira e que a escada passa peixe vai sofrer uma alteração “para fazer face aquilo que são os caudais diminutos que o rio apresenta e também para facilitar a passagem dos peixes”.
“Estamos a trabalhar com um conjunto de entidades para fazer a melhoria no equipamento com a introdução de um sistema de monitorização da passagem dos peixes, condição essa, que é fundamental para o licenciamento daquela infraestrutura e que ainda não foi feito por via dessa ausência desse sistema de monitorização”, referiu.
Quanto a custos, João Caseiro Gomes, vice-presidente do Município, avançou que a “ensecadeira tem um valor de 150 mil euros” e “logo que estejam reunidas as condições climatéricas iremos fazer a intervenção”. E em relação à intervenção global na estrutura “o valor é de 170 mil euros”.
Por último, a presidente adiantou que a instalação de uma mini-hídrica no açude poderá estar novamente em causa, pois segundo a autarca “há uma empresa que voltou com a intenção de instalar o equipamento no açude em Abrantes. O vereador já reuniu com a empresa e estamos com alguma expectativa quanto ao desenlace deste processo”.
No decorrer da reunião de Câmara, Armindo Silveira lamentou o facto dos vereadores da oposição só terem tomado conhecimento da compra de uma nova viatura para a presidência, num valor de 50.813,01 euros, mais IVA, pela comunicação social. Como também lamentou o facto de só terem tomado conhecimento dos cabeças de cartaz das festas da cidade através da comunicação social.
Quanto à nova viatura, a presidente começou por referir que “não é competência da Câmara aprovar investimentos desta natureza” e que foi “um ato de gestão corrente”.
“Não nos pareceu que fosse relevante trazer aqui o assunto porque nós também comprámos carros para o serviço de manutenção e transportes e não trouxemos aqui”, argumentou.
Maria do Céu Albuquerque explicou que o carro que está atribuído neste momento à presidência “tem mais de 300 mil quilómetros, tem mais de 11 anos e tem a necessidade de levar uma caixa de velocidades nova, que no valor orçamentado são mais de 6 mil euros. E, portanto, entendemos que não valerá a pena mantê-la porque vai ser uma forte despesa e de problemas no futuro”.
Assim, a autarca referiu que a intenção foi procurar “uma viatura da mesma gama, com condições de segurança, que pudessem ter uma manutenção mais barata e estável”. Disse também que se optou “por uma viatura hibrida da marca Mercedes, que é um sinal para o grupo Daimler e para a Mitsubishi” que a Câmara de Abrantes aposta em viaturas do grupo.
No que diz respeito aos cabeças de cartaz das festas da cidade, a presidente explicou que os mesmos foram divulgados na agenda cultural que foi distribuída na última Assembleia Municipal, mas que habitualmente até vêm primeiro para conhecimento à reunião de Câmara. Tal não aconteceu, pois, segundo a responsável, no dia da Assembleia ocorreu um espetáculo que teria de ser divulgado.
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