O movimento independente ALTERNATIVAcom criticou aquilo que considera ser o despesismo e eleitoralismo da maioria socialista de Abrantes começando por aludir o caso do Ofelia Club e do empresário Jorge Ferreira Dias que considera ser “um escândalo que tem comovido os abrantinos e o povo português”.
O movimento traça um olhar sobre outros investimentos anunciados para Abrantes e que acabaram por não se verificar, como sendo o caso RPP Solar ou, mais recentemente, a Tectânia.
E depois levanta outras questões como um alegado investimento numa “Estação de Monitorização da Biodiversidade” ou o “Jardim das Borboletas e Parque de Observação de Insetos na Quinta da Arca”.
Depois aponta às “30 Oliveiras supostamente adquiridas fora do concelho por 60 mil euros (2.000 euros cada uma), em duvidoso contrato de ajuste direto” ou à aquisição de um “Mercedes de luxo”.
Num rol de projetos e/ou obras da maioria socialista o ALTERNATIVAcom deixa muitas perguntas sobre projetos para o Tejo e para o Castelo de Abrantes.
Nesta abordagem o movimento aponta ao encerramento das sessões de cinema no cine-teatro S. Pedro, em 2007, passando depois ao encerramento da sala do Centro Comercial Milenium.
Neste âmbito o movimento critica a possibilidade de poderem ser construídas salas de cinema no futuro multiusos (antigo mercado diário) e que estas medidas nunca foram sufragadas nas urnas”.
Depois alude à perda de 15% da população e questiona como “se justifica tanta fartura de cinema comercial? Que estudo de sustentabilidade económica recomenda esta oferta? São estas as reais necessidades e prioridades de Abrantes e dos abrantinos?”
Ainda em relação ao mercado diário o movimento escreve que o atual está “às moscas” (e também à chuva e ao vento) e que “todos os apelos no sentido de fazer regressar o mercado diário ao seu berço histórico têm sido ignorados, teimando-se em mantê-lo confinado no edifício que a população designa por “bunker”, “mausoléu” ou “mamarracho”. O argumento prende-se com a duvidosa e insensata solução urbanística arquitetada no PUA para o deprimido centro histórico, a qual assenta no estacionamento do Vale da Fontinha, onde se realiza o mercado semanal”.
E aponta à falta de planeamento sobre a localização da Feira de S. Matias, inicialmente prevista para o Vale do Fontinha e que a atual equipa anunciou a relocalização definitiva em Rossio ao Sul do Tejo.
Depois aponta ao investimento num “campo de Beisebol de 540 mil euros” em 2006 à cidade, e escreve que “alinhado com esta vanglória despesista, esteve também o então vereador do Desporto e demais autarcas do PS, para quem a palavra “acreditar” era e continua a ser a única designação que conhecem para os inexistentes estudos de sustentabilidade económica. Este não foi, como se sabe, o único projeto decidido em cima do joelho e abandonado ou desperdiçado sem qualquer explicação. Veja-se como foi decidida, há menos de um ano, a súbita construção dos 2 campos de Padel no Aquapolis Norte, sem plano nem orçamento, quando lá permanecem sem utilização outras valências, como, por exemplo um campo de Futsal ou um anfiteatro ao ar livre”.
A lista de projetos e obras às quais o movimento independente liderado por Vasco Damas aponta baterias são vários como “o do degradado Ecomuseu de Martinchel, do adulterado Jardim do Cruzeiro no Pego, da negligenciada Escola Primária de Mouriscas, do desertificado Aquapolis Sul ou do desaproveitado Parque Tejo e o seu desconhecido Centro de Interpretação, no qual foi investido mais de 1 milhão de euros”.
Ainda nas críticas a eventos apontam a um “padrão de inconsistência e opacidade repetiu-se com o 180 Creative Camp (600 mil euros em oito anos), o Festival Ibérico do Azeite (8 mil euros em publicidade, os restantes custos desconhecidos) e o Festival de Filosofia de Abrantes (custos elevados, mas não divulgados), só para referir alguns exemplos. Todos viram as suas edições bruscamente suspensas, sem que tivesse sido dada justificação pública plausível, em reprovável demonstração de arrogância e desrespeito democrático”.
E sobre os tempos atuais o movimento escreve que “novas 'paixões' vão, entretanto, surgindo nesta gestão PS errante, ziguezagueante e perdulária, sendo o Tejo uma delas. Por um lado, promete-se uma Praia Fluvial na margem norte, para quando a água deixar de estar poluída, e um Centro Náutico que já foi anunciado para ambas as margens, e cuja construção chegou a ser adjudicada em 2009 por 73 mil euros, mas nunca foi concretizada. E, com renovado entusiasmo e otimismo, “acredita-se” que agora é que a Ponte sobre o rio Tejo (em Tramagal) será construída, fingindo-se ignorar que esta promessa de “papas e bolos” se repete ciclicamente há mais de 20 anos”.
Depois continua com a análise aos últimos 16 anos da Câmara de Abrantes referindo que a atual candidatura do Tejo a “património da humanidade”, “enquanto se deixa o rio agonizar, poluído e sem água, artificialmente suportado por um açude que, podendo ter benefícios (e também malefícios), é um sorvedouro imparável de dinheiro (10 milhões de investimento inicial, mais 350 mil de reparação em 2018 e uma quantia ainda incerta em 2021, entre outros elevados custos)”.
Continua a análise despesista ao A. Logos e ao Tagusvalley (onde será feito um novo investimento que ultrapassa os 2 milhões de euros, fora outros financiamentos).
E aponta ainda aos Serviços Municipalizados de Abrantes que diz não serem deficitários por causa “elevadíssima fatura do ambiente (água, saneamento e recolha de lixo), a mais alta do Médio Tejo (a seguir a Ourém, por enquanto)”.
E continua a análise crítica aos custos correntes exigidos pelos projetos museológicos MIAA - Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (investimento de 3,4 milhões de euros no antigo Convento de S. Domingos), MAC - Museu de Arte Contemporânea Charters de Almeida (2,1 milhões de euros no Edifício Carneiro) e Polo 2 do MAC (1,2 milhões de euros na Galeria Municipal de Arte). Escreve o movimento que “apesar de repetidamente solicitados, nunca foram apresentados estudos de sustentabilidade económica, como mandam as boas práticas de investimento”.
A educação é alvo do ALTERNATIVAcom que escreve que “a declarada “paixão” da autarquia PS pela Educação traduz-se, na verdade, por uma enorme paixão pelo betão e pelo escorregão”. Escreve ainda que “os indicadores de insucesso escolar de Abrantes, apesar de terem melhorado, continuam a ser dos piores da região”.
Depois evoca ainda os investimentos na educação com as anunciadas obras da ESTA ou as requalificações das escolas de Alvega e Tramagal que revelam que “foram aprovadas e propagandeadas sem financiamento assegurado, isto é, sem dinheiro nem prazo para iniciar”.
E a nova Rotunda do Hospital (759 mil euros) assim como a requalificação do cine-teatro S. Pedro também é um dos alvos do ALTERNATIVAcom.
Numa lista enorme de críticas o ALTERNATIVAcom diz que há três perguntas a fazer:
“1- Quanto dinheiro foi prometido e em quê, nunca tendo sido investido?
2- Quanto dinheiro foi investido e em quê, com que eficiência e com que resultados?
3- Que opções teriam sido melhores – mais racionais, mais eficientes e mais proveitosas?”