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Constância: Câmara Municipal emite esclarecimento sobre o encerramento do Centro Escolar de Santa Margarida

16/04/2018 às 00:00

Problemas com agravamento de maus cheiros de origem desconhecida levaram no dia 9 de abril a Câmara Municipal de Constância a anunciar o encerramento do Centro Escolar de Santa Margarida até que se apurem as causas do problema.

Por sua vez, a ex-presidente da Câmara Municipal de Constância, Júlia Amorim (CDU), assegurou no dia 10 de abril que repetiria a decisão de manter o Centro Escolar de Santa Margarida a funcionar, não se revendo na decisão do atual presidente, o socialista Sérgio Oliveira.

O problema dos maus cheiros de origem nunca apurada começou a fazer-se sentir apenas no ano letivo 2015-2016, gerando preocupações junto dos pais e encarregados de educação.

"A intensidade do cheiro sentiu-se de forma grave na sexta feira, dia 6, que nesse dia solicitei que me fizessem chegar toda a documentação que existia sobre o processo e eu, até aí, tinha apenas conhecimento de um relatório do Instituto de Soldadura e Qualidade, datado de abril de 2016, no qual não se levantavam problemas de maior", relatou Sérgio Oliveira em conferência de imprensa, no dia 8 ade abril.

Todavia, nesse dia, o autarca, que lembrou estar "apenas há cinco meses nestas funções" [enquanto presidente de Câmara] disse ter sido "surpreendido pela existência de um segundo relatório", do Instituto Politécnico de Tomar, também datado de abril de 2016, "no qual a primeira recomendação que se fazia era o encerramento do Centro Escolar", até ao apuramento da fonte do problema.

"Ficámos alarmados como devem imaginar", afirmou Sérgio Oliveira, que revelou "não haver registo de entrada do documento na Câmara de Constância", gerida até outubro de 2018 por Júlia Amorim, eleita pela CDU.

Já a ex-presidente da Câmara, Júlia Amorim, em conferência de imprensa no dia 10 de abril, disse que "o relatório (…) estava arquivado no gabinete de Ação Social e Educação, embora não no sistema digitalizado", tendo feito notar que, "se o quisesse ocultar, o mesmo teria sido destruído".

O relatório do IPT "foi entregue em mão ao vereador Arsénio [Cristovão] e não foi digitalizado e processado informaticamente", disse a autarca. "Se calhar devia ter sido. Mas o relatório está lá arquivado, num dossiê em papel", frisou.

Questionada sobre a sua decisão de não encerramento do Centro Escolar, Júlia Amorim disse que no "relatório oficial, o do ISQ, num total de 18 parâmetros, só um não tinha valores condizentes, não levantando grandes problemas", ao passo que o do IPT, "apesar de ter algumas sugestões que foram seguidas, revelava algumas incongruências".

Segundo a atual vereadora, o estudo do IPT "foi feito em duas salas e deve ter havido um lapso de escrita. O que deveriam querer dizer era encerrar as duas salas e não todo o edifício", afirmou, notando que, à data da receção dos relatórios, "já não havia maus cheiros".

"O cheiro era incomodativo, menos intenso que atualmente, descontinuado no tempo, e que se concentrava na biblioteca, nas duas salas de ATL e nos corredores", afirmou.

Na sequência desta situação, a Câmara Municipal de Constância emitiu, no passado sábado, um esclarecimento sobre o assunto que passamos a publicar na íntegra:

“No seguimento do apuramento do não registo de entrada do Relatório do Instituto Politécnico de Tomar na Câmara Municipal de Constância e atendendo às dúvidas suscitadas pelas Vereadoras Júlia Amorim e Sónia Varino acerca do referido documento e com vista ao esclarecimento desta situação indagamos junto do Técnico Responsável que nos prestasse os devidos esclarecimentos acerca das recomendações constantes do Relatório.

Neste sentido, fomos informados que a versão inicial do Relatório sofreu uma revisão clarificante, efetuada após a realização de uma reunião na Câmara Municipal (entre 5 de abril e 28 de abril de 2016). Nessa revisão é esclarecido que em função dos maus cheiros, à data, serem apenas detetados na Sala do ATL e na Biblioteca deveriam ser esses dois espaços a ser encerrados.

Continua a decorrer o processo de inquérito para o apuramento do fato de nem a versão inicial, nem a versão revista se encontrarem registadas. O atual executivo da Câmara Municipal de Constância apenas hoje [no sábado] e teve conhecimento da versão revista, através de um email enviado pelo Técnico responsável pela elaboração Relatório.

Relativamente à atual situação, em que os maus cheiros se propagaram a outros espaços do edifício, prosseguem os trabalhos de averiguação das suas causas, permanecendo o CESM encerrado até à obtenção do novo estudo da qualidade do ar interior”.

C/Lusa

 

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