O líder parlamentar do PSD, Adão Silva, e os deputados sociais-democratas eleitos por Santarém alertaram hoje para o degradar da situação económica e social em Fátima, Ourém, defendendo mais apoios sociais e fiscais àquela região.
“Tínhamos a noção de que a situação é grave, porque o meu colega João Moura já nos tinha transmitido essa informação. Hoje ganhámos uma noção, sobretudo mais detalhada, de pormenor e mais numérica até. Isso foi muito importante, porque amanhã no debate de urgência que vamos ter no parlamento, queremos estar devidamente estribados na informação correta e, sobretudo, que ela venha das fontes mais corretas e rigorosas que são as populações de Fátima, que vivem intensamente o problema”, afirmou à Lusa Adão Silva, no final de uma reunião com empresários da região.
Adão Silva afirmou esperar que no debate de urgência agendado pelo partido para sexta-feira no parlamento possa “chamar-se a atenção para a realidade que existe em Fátima, de uma forma despartidarizada”.
“O que queremos é que se debata o problema das populações e dos empresários de Fátima e daqueles que têm uma relação económica, social e profissional com Fátima. Espero que seja um debate positivo e construtivo e que o Governo empreenda as medidas que são necessárias, sobretudo agora que temos em mãos o debate do Orçamento do Estado para 2021”, frisou.
Segundo o social-democrata, que se reuniu também com autarcas e com o reitor do Santuário de Fátima, a situação particular daquela região, atingida pelas consequências económicas da pandemia de covid-19, exige medidas “no âmbito dos impostos, nos apoios vários às empresas e do ponto de vista social”.
“Vamos agora esperar que o Governo também encontre soluções operacionais para as populações”, rematou.
O deputado eleito pelo círculo de Santarém do PSD João Moura reforçou que “o país baixou muito os níveis de turistas, mas Fátima colapsou, pois aqueles que alimentavam o turismo de Fátima desapareceram”.
“Esta é uma situação mais grave ainda do que aquela que é já grave no todo nacional”, insistiu João Moura, apelando a que a solução “possa passar por incentivos fiscais, apoios às pessoas e uma alavancagem financeira das empresas”.
O também presidente da Assembleia Municipal de Ourém, no distrito de Santarém, revelou que “há hotéis em Fátima que não abriram e quebras na ordem dos 90%”.
O presidente do Município de Ourém, Luís Albuquerque (coligação Ourém Sempre PSD/CDS-PP), defendeu ainda como medidas “prioritárias” para combater a situação económica do concelho, o ‘lay-off’ simplificado, as moratórias com um crédito a longo prazo, 20 a 25 anos, com um período de carência de três anos, “para que as empresas não asfixiem no imediato a sua tesouraria”.
Passar todo o IVA da restauração para 13%, nomeadamente as bebidas que são taxadas a 23%, é outras das medidas propostas pelo autarca.
Em Portugal, morreram 2.128 pessoas dos 93.294 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Lusa