O PSD questionou ontem o Governo sobre as condições dos comboios da Linha do Norte, apontando dificuldades dos passageiros em cumprir com as recomendações de saúde no âmbito da covid-19, e perguntando se haverá reforço de carruagens.
Numa pergunta endereçada ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, os deputados do PSD eleitos por Santarém apontam que o eixo ferroviário Norte-Sul “é hoje o principal eixo de transporte de passageiros que integra a Linha do Norte e que liga as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto”.
Recordando o “aumento significativo de passageiros por via do Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes”, os sociais-democratas alertam para a “cada vez mais frequente mudança de residência de pessoas da área metropolitana de Lisboa para norte” bem como a retoma da atividade laboral, após o período de confinamento, que aumentam o número de utilizadores na linha.
“Ora, se as condições e o número de carruagens existentes nestas ligações ferroviárias já eram escassos face ao elevado número de passageiros, e não tendo havido qualquer aumento de número de carruagens e comboios nos últimos meses, as regras de distanciamento social e as recomendações entretanto feitas pela DGS [Direção-Geral da Saúde] tornam-se impossíveis de cumprir aumentando os riscos para todos os passageiros”, argumenta o PSD.
Assim, os sociais-democratas pretendem saber se o governo pretende reforçar “o número de comboios e carruagens na Linha do Norte de modo a permitir assegurar o distanciamento social dos passageiros e o cumprimento das restantes recomendações” bem como a “limpeza e as condições de higiene dos comboios e das respetivas estações”.
No texto que acompanha as questões colocadas, o PSD subscreve ainda uma série de recomendações, aprovadas “por unanimidade” pela Assembleia Municipal do Entroncamento, por proposta dos autarcas sociais-democratas da região, entre elas o reforço das circulações, da limpeza e desinfeção, dos dispensadores de álcool gel e materiais de proteção individual nas estações ou ainda o reforço de iniciativas de sensibilização.
Portugal contabiliza pelo menos 2.229 mortos associados à covid-19 em 106.271 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Lusa