A presidente do CDS-PP considerou hoje que o país está a perder “uma grande oportunidade na reflorestação” e de “preparar melhor a prevenção dos fogos”, pedindo “muita atenção” às ideias alternativas à gestão pública das matas nacionais.
“Eu acho que estamos a perder uma grande oportunidade na reflorestação como estamos a perder uma oportunidade de preparar melhor a prevenção dos fogos”, afirmou Assunção Cristas, após ser questionada pelos jornalistas sobre a eventualidade de estar a ser desperdiçada uma oportunidade para ser feita uma reflorestação mais sistemática.
O CDS-PP agendou para quarta-feira um debate potestativo na Assembleia da República sobre a preparação da “época difícil do tempo quente” que, para Assunção Cristas, “está tudo muito atrasado”.
A líder centrista falava no Pinhal de Leiria, no concelho da Marinha Grande, onde hoje participou numa ação simbólica de reflorestação no âmbito da iniciativa “Semear Portugal”, da Juventude Popular com a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza.
“Há que garantir que aqui se faz o melhor [da reflorestação], o mais exemplar que se pode fazer no nosso país e devemos ambicionar ser o exemplo a nível internacional como de resto fomos durante muitas décadas”, declarou Assunção Cristas, referindo que “em relação a outras áreas que envolvem privados” teve a oportunidade de no último debate quinzenal perguntar ao primeiro-ministro, António Costa, “sobre as tais zonas piloto”.
“Ele não sabia o que eram as zonas piloto”, acrescentou a também deputada, afirmando ter ficado “profundamente preocupada”.
Assunção Cristas pediu ainda “muita atenção a todas essas ideias alternativas que aparecem”, numa alusão a uma eventual entrega a privados da gestão da mata nacional.
“O Pinhal de Leiria é o que é, o que foi e aquilo que poderá ser no futuro por razões que têm a ver com a sua própria localização”, declarou, para acrescentar que, “às vezes, há ideias que aparecem que aparentemente até seriam boas para outras regiões do país mas aqui simplesmente não funcionam”.
Para Assunção Cristas, “em primeiro lugar é preciso perceber tecnicamente o que é que pode ser feito de diferente”, não excluindo que “não possa haver melhorias”.
“Certamente que devemos ter essa discussão, com a academia, com os técnicos, com uma grande abertura, mas com muita atenção e muita cautela”, destacou, para acrescentar que o Estado “tem de facto muita pouca propriedade da terra”, sendo a Mata Nacional de Leiria uma das exceções.
A líder centrista defendeu que este “deve trabalhar para ter a melhor gestão” e, independentemente do modelo, “o que é importante é que o Estado garanta que preserva o pouco que tem e que é de todos nós”.
“Quando [a área florestal] é pública tem que ser um exemplo de gestão e tem que ser um exemplo do melhor que se pode fazer a nível nacional e a nível mundial, tem que ser uma referência”, acrescentou.
A Mata Nacional de Leiria, também conhecida por Pinhal de Leiria e Pinhal do Rei, é propriedade do Estado. Tem 11.062 hectares e ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande. A principal espécie é o pinheiro bravo.
De acordo com informação no sítio na Internet do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a primeira arborização data do século XIII, tendo sido feitas as grandes sementeiras no reinado de D. Dinis.
O incêndio de 15 de outubro de 2017 destruiu cerca de 80 por cento da mata.
Lusa