Maria do Céu Albuquerque, até agora secretária de Estado do Desenvolvimento Rural, vai substituir na Agricultura Capoulas Santos.
Maria do Céu Albuquerque, 49 anos, é o nome escolhido pelo primeiro-ministro, António Costa, para a pasta da Agricultura, oito meses depois de ter sido designada secretária de Estado do Desenvolvimento Regional.
Nascida em 1970 em Abrantes, a ministra é licenciada em Bioquímica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e pós-graduada em Gestão da Qualidade e Segurança Alimentar pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz.
Maria do Céu Albuquerque era secretária de Estado do Desenvolvimento Regional desde fevereiro deste ano.
Presidente da autarquia de Abrantes durante nove anos, liderou desde 2013 o Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo.
Além disso, a sucessora de Capoulas Santos no cargo foi membro do Conselho Económico e Social e do Conselho das Comunidades e Regiões da Europa na Comissão Permanente para a Igualdade das Mulheres e dos Homens na Vida Local.
Maria do Céu Albuquerque foi membro do Comité de Acompanhamento do Programa Operacional Regional do Centro - Centro 2020, e da Comissão Executiva da Entidade Regional do Turismo Centro de Portugal, presidindo também à direção da TecParques - Associação Portuguesa de Parques de Ciência e Tecnologia, segundo uma nota biográfica divulgada pelo Governo.
Maria do Céu Albuquerque foi a surpresa na constituição do XXII Governo Constitucional, já que a Agricultura é uma das pastas mais pesadas da governação ainda para mais numa altura em que vai ser negociado o próximo pacote de fundos comunitários.
Não tendo Maria do Céu Albuquerque formação da área resta esperar pela constituição do ministério, em que os analistas apontam a nomeação de secretários de Estado mais “especialistas” nos diversos domínios.
No anterior Governo o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural tinha dois secretários de estado. Luís Medeiros Vieira, secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, e Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural.
Temos de esperar pela posse dos novos ministros para conhecer a orgânica do novo Ministério da Agricultura.
Nas reações da imprensa, o Expresso online titula “Maria do Céu Albuquerque na Agricultura: o futuro afinal pertencia a Deus (e a Costa).”
No artigo revela como chegou à secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional e que esteve envolvida no familygate, ao ter nomeado o marido da secretária de Estado da Cultura como técnico especialista na preparação de iniciativas de âmbito local e regional.
O Público faz uma análise mais profunda. O título é: "Maria do Céu Albuquerque, uma outsider na Agricultura" e depois aponta as dificuldades de uma das pastas mais pesadas do governo. Este diário aponta como seu maior desafio nos próximos tempos a negociação do quadro de fundos europeus para o sector, cada vez mais vocacionado para o ambiente e a coesão do território. Diz o mesmo jornal que já tem pelo menos uma ideia da complexidade das negociações que a esperam e dos domínios prioritários da nova geração das políticas agrícolas europeias. E aponta a necessidade de ter secretários de estado mais técnicos.
O portal do Ministério da Agricultura define deste modo o organismo: “A área de Governo da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural tem por missão formular, conduzir, executar e avaliar as políticas em matéria agrícola, agroalimentar, silvícola, de desenvolvimento rural, bem como planear e coordenar a aplicação dos fundos nacionais e europeus destinados à agricultura, às florestas e ao desenvolvimento rural.”
Este ano 2019 o Ministério da Agricultura, de Capoulas Santos, teve um orçamento (proposto no Orçamento Geral do Estado) de 1.218 milhões de euros. Acresce ainda o valor de 1.222 milhões de euros provenientes de fundos comunitários (FEAGA e FEADER) o que coloca a fasquia de um orçamento de 2.440 milhões de euros.