Pedro Grave, o cabeça de lista do Bloco de Esquerda à Assembleia Municipal de Abrantes explicou, em nota escrita enviada à redação, o que se passou antes da reunião do órgão deliberativo de sexta-feira da semana passada, 10 de dezembro, e depois dessa mesma sessão.
O militante do BE já comunicou a sua renúncia ao cargo para o qual foi eleito a 26 de setembro, ou seja, renúnciou ao cargo de deputado municipal.
Nesta nota Pedro Grave lembra que no dia 10 de dezembro de 2021, integrou uma lista candidata a representar a Assembleia Municipal de Abrantes (AMA) na Assembleia Intermunicipal do Médio Tejo, ou seja, no órgão que junta os deputados municipais de cada concelho da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT).
A iniciativa, segundo o próprio “foi uma ação democrática de oposição, prevendo, como aconteceu, uma previsível lista do PS só constituída por elementos da sua bancada.”
O PS apresentou uma lista com seis deputados socialistas e os outros partidos apresentaram uma lista comum. Como a eleição dos representantes para a Assembleia Intermunicipal é feita com escrutínio através do Método de Hondt a lista do PS elegeu dois elementos e a outra lista, outros dois, neste caso, o primeiro [João Salvador, do PSD] e o segundo [José Rafael Nascimento, do ALTERNATIVAcom], sendo que o terceiro elemento era Pedro Grave.
O ex-deputado municipal do BE sublinha que “esta lista, que elegeu dois representantes, um do PSD e um da ALTERNATIVACom, junto com dois da lista do PS, é muito mais representativa da Assembleia e dos eleitores do que a lista unipartidária apresentada pelo PS.” E depois lembra que há quatro anos a lista do PS integrava e elegeu um membro da CDU [Elsa Lopes], ao contrário da que foi apresentada na última sexta-feira, só com membros da bancada do PS.
Pedro Grave salientou que com o sentido “do aumento da democracia e representação que acedi a integrar a lista e votar favoravelmente.”
Depois esclarece que ao contrário do que lhe imputa um comunicado oficial da CDU, “não me coliguei com outros partidos, nem assinei nenhum compromisso, nem acedi a participar por um lugar de suplente, mas validei dois lugares de oposição ao poder absoluto do PS em Abrantes e na CIMT!”
Ainda no seguimento desta posição, Pedro Grave revelou que entre a preparação sessão e a realização da mesma não deu importância ao assunto, mas acrescentou que “não promovi o envolvimento e a discussão do mesmo pela Coordenadora Concelhia de Abrantes do Bloco de Esquerda, ferindo assim os princípios de confiança em mim depositados, pelo partido e pelos votantes.”
Pedro Grave assume que a sua decisão foi pensada no interesse de todos os que o elegeram e sublinhou que “nunca por qualquer interesse pessoal”. Depois explica que “tanto as ações como a inércia acabaram por causar danos a quem me propus representar.”
Pedro Grave
Pedro Grave indica que apesar das suas justificações a que acrescem razões pessoais muito fortes, “considero estarem feridos os princípios de confiança política estabelecidos e já comuniquei aos meus pares a decisão de renunciar ao cargo que ocupo na Assembleia Municipal de Abrantes.”
Pedro Grave deixa um agradecimento aos eleitores e a quem já lhe prestou apoio no presente e para o futuro. E aqui a palavra estende-se a militantes e apoiantes do BE e de outros partidos.
O, até aqui deputado municipal do Bloco de Esquerda, concluiu a dizer que o partido “saberá como continuar a ação política da melhor forma.”
E fecha esta explicação a dizer que não se sente diminuído e que revela que “continuo cidadão, critico ou apoiante, mas sempre com o coração do lado certo.”