A prestação de contas de 2016 foram aprovadas por maioria, esta quinta-feira, na reunião do executivo camarário de Sardoal.
A maioria social-democrata e o vereador do Grupo de Independentes de Sardoal aprovaram a prestação de contas, já Fernando Vasco, vereador eleito pelo PS, votou contra.
Em declarações à Antena Livre, Fernando Vasco afirmou que “ a prestação de contas reflete a política que a Câmara tem levado a cabo no ano anterior e entendemos que a política que a Câmara está a fazer relativamente ao investimento, à coesão social e à segurança, não tem sido a política que nós desejaríamos que fizesse. Refletindo as contas essa política, não podíamos estar de acordo com isso”, salientou.
“Do ponto de vista dos números apresentados, nós podemos estar de acordo, mas também confesso que não tivemos oportunidade de ver estes números todos, porque alguns deles só chegaram à uma da manhã de hoje”, afirmou Fernando Vasco.
Já Miguel Borges, presidente da CM de Sardoal, no decorrer da reunião de Câmara, afirmou que “não houve atrasos” e que o vereador do PS recebeu os documentos na passada segunda-feira.
Fernando Vasco referiu ainda que os vereadores do PS não concordam com alguns gastos do executivo e deu exemplos: “Nós não concordamos com os gastos que têm sido feitos em publicidade, em termos de espetáculos eruditos, de música, em termos de uma série de circunstâncias onde se tem gasto algum dinheiro que nós teríamos gasto noutro lado, designadamente na coesão social”.
O vereador socialista referiu algumas obras que considerou “penduradas há muitos anos e que não foram concretizadas”.
“Foi prometido que a Casa dos Almeidas seria um hotel ao fim de dois anos, já vamos para o 4º ano e esse hotel não está feito e não acreditamos que o mesmo tenha condições para ser feito. Temos obras que se vão degradando todos os anos, como o caso do colégio, que é um ex-libris do Sardoal (…) No ambiente, há 2/3 anos apresentámos umas fotografias das ETAR`s dos Andreus que estavam num elevado estado de degradação e hoje o estado de degradação é o mesmo porque nada foi feito”, fez notar o vereador socialista.
Por sua vez, Rui Serras, vereador do GIS, votou a favor da prestação de contas, mas fez referência a algumas questões como a conclusão e a premência de intervencionar alguns prédios junto à escola e a novos projetos e investimentos ligados à floresta.
No decorrer da reunião, Miguel Borges, presidente da CM de Sardoal, destacou a redução da dívida em 30 mil euros, referiu que a Autarquia tem 158 trabalhadores ao serviço e salientou trabalhos concluídos e projetos de investimento em curso.
O autarca elencou um conjunto de projetos e destacou a programação e aposta do Município no que diz respeito à atividade cultural, dando como exemplos a integração de Sardoal na Rede Eunice, o Jazz, o Festival de Piano, a Semana Santa, entre outros.
À Antena Livre, Miguel Borges disse que as contas do ano anterior apresentaram “um resultado líquido positivo superior a 100 mil euros, espelho da nossa gestão em 2016”.
O autarca referiu que a prestação de contas se “reflete no custo que temos tido com a promoção, divulgação e na afirmação do nosso concelho, com vista ao desenvolvimento económico e à criação de postos de trabalho”.
“É o ano em que se reflete a elaboração de projetos fundamentais para o nosso concelho, como é o caso da requalificação do parque escolar, das obras na urbanização na Tapada da Torre, como o plano de ação e regeneração urbana”, salientou o presidente.
Ainda sobre as contas de 2016, Miguel Borges avançou que “houve uma evolução tendo em conta a nossa atividade, mas queremos sempre melhor e queremos que estes resultados sejam melhores, mas não é possível devido aos investimentos que têm de ser feitos, obras estruturantes para o nosso concelho, que não é previsível que sejam apoiadas com fundos comunitários”.
No que diz respeito às críticas de Fernando Vasco, Miguel Borges disse ter “alguma dificuldade em aceitar certas práticas que são consideradas como práticas políticas. O que se passou é o que não desejamos da política. Não posso aceitar que o senhor vereador em reunião de câmara fale de coisas que ele sabe que não são assim. Dou um exemplo, a questão da saúde e da falta de médicos. A questão da saúde não é competência da Autarquia (…) o Sr. vereador Fernando Vasco sabe isso. A única coisa que a Câmara pode fazer é o que tenho feito, que é alertar para o problema”, vincou o presidente.