Sardoal recebeu esta quinta-feira, dia 19 de outubro, a primeira reunião de Câmara do novo mandato autárquico.
Os pontos da ordem de trabalho que diziam respeito à delegação de competências, periodicidade das reuniões, etc, foram aprovados e não geraram discórdia entre a maioria PSD e os dois vereadores eleitos do PS. Contudo, o início da reunião foi marcado pela referência à cerimónia de Tomada de Posse do novo Executivo, realizada na quarta-feira à noite.
Na Tomada de Posse, Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal de Sardoal, mostrou-se indignado e demonstrou estar ofendido com a postura do PS durante a campanha eleitoral.
No seu discurso, o autarca disse não poder “deixar de lamentar um período de campanha eleitoral, em que o Partido Socialista, não soube elevar o nível que se deseja na política, recorrendo a ataques pessoais, muitas vezes insultuosos, demostrativos do caráter, não de quem procuravam atingir, mas sim, de quem os proferiu”.
“Lamento que este recurso tenha sido utilizado”, referiu durante a sua intervenção, dando conta que “mesmo sabendo que não eram verdadeiras as afirmações proferidas, mas, a coberto do que, para alguns, parece estar enraizado como natural num período de campanha eleitoral passível de haver excessos que são perdoados pelo momento em que são proferidos a verdade é que foram ultrapassados os limites. Nunca os sardoalenses nos viram assumir semelhante postura”.
Miguel Borges disse esperar que “de intervenientes novos não se esperam vícios antigos, mas sim o contributo para a elevação Ética da Política, que tanta falta faz ao nosso país”.
O presidente salientou que “as boas práticas políticas exigem que tudo o que foi posto em causa de uma forma, por vezes leviana, durante a campanha eleitoral, possa ser objeto de debate político nos locais próprios, nas Reuniões de Câmara e Reuniões de Assembleia Municipal”.
“Não posso aceitar que exista um período em que tudo ou quase tudo vale, em que tudo possa ser posto em causa e, nos locais próprios, reine o silêncio ou o receio do confronto político saudável”, acrescentou.
Na reunião de Câmara, Pedro Duque, vereador do PS, considerou “despropositada” a intervenção do presidente reeleito e, em declarações à Antena Livre, referiu que “o ato que estava ali em curso merecia outra nobreza e brilho”.
“Devido à gravidade daquelas insinuações ali proferidas não podia deixar passar em claro e teria de as mencionar aqui por uma questão de solidariedade pelas pessoas que me acompanharam. Esta foi a razão essencial pela qual eu não as pude deixar de trazer aqui, sendo esta a sede própria para dirimir este tipo de questões”, referiu o vereador socialista.
Em declarações à Antena Livre, Miguel Borges considerou que o assunto estava “encerrado” e que “disse o que tinha a dizer”.
“A Tomada de Posse foi o último ato de um processo e o princípio de outro ou seja, foi o final de um processo de pré- campanha, campanha eleitoral, eleições e tomada de posse. Por isso, achei que era o momento para também concluir todo este processo. Foi isso que eu fiz”, explicou o presidente.
“Disse o que tinha a dizer. Disse o que sentia, mas também porque acho que nós devemos de contribuir para a elevação do discurso político. Se eu achei que houve situações que não se enquadram na minha pessoa, tenho obrigação pessoal e moral de dizer aquilo que penso”, finalizou o autarca.
Pedro Duque e Carlos Duarte vereadores do PS
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